São José de Anchieta, o novo santo do Brasil (03/04/2014)

São José de Anchieta, o novo santo do Brasil

VATICANO, 03 Abr. 14 / 03:01 pm (ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco inscreveu hoje o Beato José de Anchieta no catálogo dos santos e estendeu o seu culto à Igreja universal. Ele foi chamado de “Apóstolo do Brasil”, pois foi quem trabalhou as bases da evangelização nessa nação sul-americana.

O Santo Padre assinou o decreto de canonização do jesuíta nesta quinta-feira, 3 de abril, ao receber em audiência o Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Para comemorar a canonização de Anchieta, a cidade de São Paulo contou com diversas atividades, entre elas, os sinos repicaram nas igrejas às 14 horas e o cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, manteve o canto do Te Deum na Catedral da Sé e no Pátio do Colégio, na região central da capital.

A Rádio Vaticana assinala que o processo feito pelo Santo Padre para canonizar o beato “se trata de uma canonização chamada ‘equivalente’ segundo a qual o Papa, pela autoridade que lhe compete, estende à Igreja universal o culto e a celebração litúrgica de um santo, uma vez que se comprovam certas condições precisadas pelo Papa Bento XIV (1675-1758)”.

Esta praxe, assinala a emissora, já foi utilizada pelo Papa Francisco para a canonização da Beata Ángela di Foligno em 9 de outubro de 2013, e para São Pedro Fabro, em 17 de dezembro do mesmo ano, assim como por seus predecessores , Bento XVI, João Paulo II, João XXIII e outros.

Em 22 de junho de 1980, dia da beatificação do jesuíta José de Anchieta, o Beato João Paulo II disse que o sacerdote foi um “incansável e genial missionário” que “aos 17 anos, diante da imagem da Santíssima Virgem Maria, na catedral de Coimbra, fez voto de virgindade perpétua e decidiu dedicar-se ao serviço de Deus. Tendo ingressado na Companhia de Jesus, parte, em 1553, para o Brasil, onde, na missão de Piratininga, empreende múltiplas atividades pastorais com o fim de aproximar e ganhar para Cristo aos índios das selvas virgens”.

“Ama com imenso afeto os seus irmãos ‘brasís’, compartilha com eles a sua vida, estuda profundamente seus costumes e compreende que sua conversão à fé cristã deve ser preparada, ajudada e consolidada por um apropriado trabalho de civilização, para sua promoção humana. Seu zelo ardente lhe move a realizar inumeráveis viagens, percorrendo enormes distâncias, em meio de grandes perigos”.

“Mas a oração contínua, a mortificação constante, a caridade fervente, a bondade paternal, a união íntima com Deus, a devoção filial à Virgem Santíssima — a quem dedica um longo poema de elegantes versos latinos— dão a este grande filho de Santo Inácio uma força sobre-humana, especialmente quando deve defender contra as injustiças dos colonizadores os seus irmãos os indígenas. Para eles compõe um catecismo, adaptado a sua mentalidade, que contribui grandemente a sua cristianização. Por tudo isso, bem merece o título de ‘Apóstolo do Brasil’”.

Biografia

José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534 em São Cristóvão da Laguna (Tenerife). Aos 14 anos ingressou no Colégio de Artes, anexo à Universidade em Coimbra, destacando-se como um dos melhores alunos e como um grande poeta. Compunha versos latinos com extrema facilidade e era chamado o "Canário de Coimbra".

No dia 1º de maio de 1551 ingressou na Companhia de Jesus e começou seus estudos de Filosofia. Devido a uma doença em 1553 partiu de Disco (Lisboa) ao Brasil, onde iniciou seu primeiro trabalho de catequese com os índios tupis. Na festividade de São Paulo de 1555 inaugurou o colégio que fez construir. Foi a origem da atual cidade de São Paulo.

Em 1565 foi enviado ao Rio de Janeiro, onde colaborou na construção de um colégio e do primeiro hospital da cidade chamado a Casa da Misericórdia. Este mesmo ano foi ordenado sacerdote.

Logo regressou a São Paulo, onde por seis anos colaborou no colégio além de realizar um importante trabalho apostólico e literário. Entre 1577 e 1587 foi designado superior dos jesuítas no Brasil, incentivando ainda mais o trabalho nas escolas e a catequese com as crianças.

Faleceu em 9 de junho de 1597, à idade de 63 anos. Em 10 de agosto de 1736 o Papa Clemente XII declarou o Padre Anchieta como Venerável. João Paulo II o beatificou em 22 de junho de 1980.

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