O Vaticano divulgou a tão esperada Carta Encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia. Com o título de “Louvado Seja”, ele faz uma crítica severa contra o aquecimento global e a destruição da natureza. E ataca países como os Estados Unidos, que se recusam a tomar ações que ajudem o planeta. A carta é um pedido do Papa a Católicos e não católicos para cuidar da natureza e dos mais pobres que sofrem com a destruição do meio ambiente.
É uma encíclica que o Papa descreve tanto como dramática quanto como alegre. O documento que recebe o título de “Laudato Si” ou Louvado Seja, exorta os cristãos a cuidar da criação e não ignorar as feridas da Mãe Natureza.
O Papa descreve com grande clareza o que muitos especialistas e cientistas já concordam, incluindo:
- A poluição que conduz a mortes prematuras.
- O aquecimento global, que anda de mãos dadas com o aumento do nível do mar e outras condições meteorológicas extremas.
- Os marginalizados, que têm cada vez menos acesso à água potável.
- O desaparecimento de culturas e animais que são essenciais para a sobrevivência de muitos.
Estes pontos, escreve o Papa, são pelo menos em parte causados pelas ações da humanidade, de modo que devemos agir.
“Não é o suficiente dizer apenas: “Bem, vamos em frente e certifique-se que é verdade antes de dizer algo sobre isso. Você não pode fazer dessa forma, porque talvez seja tarde demais. Portanto, se há uma boa probabilidade de que poderíamos estar causando sérios danos irreparáveis à atmosfera e ao mundo, cabe a nós ter certeza de que vamos parar a tempo”, disse o teólogo, Paul O’Callaghan.
O Papa também diz que o caso não é só um problema ambiental, mas uma grande questão ética também. Ele fala contra as empresas que aumentam a poluição e contaminação em países do terceiro mundo, porque as atividades que elas fazem não seriam aprovadas em nações desenvolvidas. O caso em questão: a Amazônia.
“Comunidades que nos mostram como olhar a vida de forma diferente através de uma perspectiva única estão sendo deslocadas. Muitas delas não estão apenas perdendo suas terras … elas também estão perdendo sua identidade”, disse Maurício López Oropeza.
A encíclica já provocava controvérsia antes mesmo de sua publicação, especialmente nos Estados Unidos, onde as mudanças climáticas ainda são muito debatidas.
No documento, o Papa lamenta que os esforços para melhorar as condições e cuidados com a mãe natureza geralmente morrem por causa da falta de interesse.
Ele fala contra “atitudes obstrucionistas, mesmo por parte dos que acreditam, que podem variar de negação do problema à indiferença, resignação indiferente ou confiança cega em soluções técnicas”.
Ele exorta os cristãos a abraçar uma chamada “conversão ecológica”, para viver a ‘nossa vocação de sermos protetores da obra de Deus. Algo que não é opcional ou secundário.
Ele também aborda os ativistas ambientais. Ele os exorta a não cair em contradição. E afirma que “quando deixamos de reconhecer como parte da realidade o valor de uma pessoa pobre, um embrião humano, uma pessoa com deficiência, para dar apenas alguns exemplos – torna-se difícil ouvir o grito da própria natureza.”
A encíclica desafia não apenas políticos, mas a cada um dos cristãos. Porque o problema é uma questão ética. A solução, ele escreve, deve incluir uma reflexão interior. O Papa recomenda admiração à natureza e todo o seu esplendor e grandeza. Recomenda sentar e admirar o seu poder, em vez de agir como consumidor que quer apenas o lucro imediato.
Peço-vos para serem responsáveis com a missão que Deus confiou à humanidade com a Criação. Para cultivá-la e cuidar do jardim em que Ele nos deu.
O Papa escreve: “Os efeitos do atual desequilíbrio só podem ser reduzidos pela nossa ação decisiva, aqui e agora.” Ninguém precisa ser o chefe de uma empresa para fazer mudanças. Pessoas comuns podem ajudar a mãe natureza também.
Por isso, ele propõe alterar estilos de vida através de pequenos gestos cotidianos como a reciclagem; a separação do lixo; e colocar um casaco ao invés de aumentar a temperatura.
Ainda que algumas pessoas acreditassem antes de ler a análise do Papa de que ela não seria cem por cento precisa, ignorar o estado atual da mãe natureza, pode vir a ser muito mais perigoso.
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