Permitam-me repetir que os santuários são lugares sagrados para os quais, por diversos motivos, os peregrinos acorrem com o objetivo de manifestar a fé. Vem gente de todo o tipo e com os mais variados pedidos. Interessante notar como é comum se pensar que pessoas importantes, ricos e poderosos não têm, problemas e, se os têm, encontram solução com facilidade. Não precisariam apelar para Deus. Mas não é bem assim! O fato que conto e está nos livros de história do Santuário de Nossa Senhora Aparecida e comprova que o ser humano tem necessidade de buscar em Deus resposta para as suas angústias.
A princesa Isabel, aquela que vinte anos depois ia entrar para a história do Brasil como a libertadora dos escravos, por assinar, em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea - fez romaria a Aparecida.
Foi, precisamente, no dia 7 de dezembro de 1868. Ela estava acompanhada do marido, o príncipe francês, Gastão de Orleans. Na verdade, o casal estava no Sul de Minas, no chamado circuito das águas - Caxambu, Lambari, Campanha -, celebrando os quatro anos de casamento e buscando, naquelas águas virtuosas, por indicação médica, a tentativa de cura da infertilidade.
Na volta para o Rio de Janeiro, eles resolveram passar por Aparecida. Nem é preciso dizer qual o pedido deles à santa, feito no dia seguinte, 8 de dezembro, feriado nacional dedicado à Senhora Aparecida, quando participaram da Missa. Eles queriam ter filhos.
Faltava esta dádiva à segunda maior autoridade do Brasil, a filha de Dom Pedro II. Fazer o pedido à Mãe de Jesus era o que lhes cabia fazer. Pouco tempo passou, mais precisamente 6 anos, e o príncipe voltaria sozinho a Aparecida. Dessa feita, por um motivo triste que tinha acontecido com o casal: em 1874, nascia a primeira filha. No entanto, o bebê morreu no parto. Mas a história não acabou.
A graça de Deus não se tinha completado: a piedosa princesa Isabel voltou a engravidar outras vezes e nos seis anos seguintes nasceram três filhos. A bênção que buscavam foi abundante.
Completa a história outro fato: o presente que anos mais tarde - em 1888 - a princesa e romeira Isabel daria para Nossa Senhora Aparecida: uma coroa com 300 gramas de ouro e 40 diamantes, com a qual a imagem seria coroada, em grande festa, em 8 de setembro de 1904. Tem toda a razão quem se dirige a Nossa Senhora com a esperança de receber graças divinas. Ela é Mãe tanto do Filho-Deus como dos filhos-humanos, e se faz mediadora entre estes e Aquele. Para a nossa alegria.
Fonte: Revista de Aparecida (julho/2016)
Fotos: Internet
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