Malmo, 01 Nov. 16 / 07:20 am (ACI).- O Papa Francisco concluiu sua visita à Suécia com uma Missa por ocasião da Solenidade de Todos os Santos, no estádio de Malmö, da qual participaram milhares de católicos.
“As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus”, explicou o Papa.
A seguir, o texto completo da homilia:
Celebramos hoje, com toda a Igreja, a solenidade de Todos os Santos. Assim recordamos não só aqueles que foram proclamados Santos ao longo da história, mas também muitos irmãos nossos que viveram a sua vida cristã na plenitude da fé e do amor através duma existência simples e reservada. Contam-se certamente, entre eles, muitos dos nossos parentes, amigos e conhecidos.
Celebramos, pois, a festa da santidade. Aquela santidade que, às vezes, não se manifeste em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas que sabe viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo. Uma santidade feita de amor a Deus e aos irmãos. Amor fiel até ao esquecimento de si mesmo e à entrega total aos outros, como a vida daquelas mães e pais que se sacrificam pelas suas famílias sabendo renunciar de boa vontade, embora nem sempre seja fácil, a tantas coisas, tantos projetos ou programas pessoais.
Mas, se alguma coisa há que caracterize os Santos, é o facto de serem verdadeiramente felizes. Descobriram o segredo da felicidade autêntica, que mora no fundo da alma e tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso, os Santos são chamados bem-aventurados. As Bem-aventuranças são o seu caminho, o seu destino, a sua pátria. As Bem-aventuranças são o caminho de vida que o Senhor nos indica, para podermos seguir os seus passos. Ouvimos, no Evangelho de hoje, como Jesus as proclamou perante uma grande multidão num monte junto do lago da Galileia.
As Bem-aventuranças são o perfil de Cristo e, consequentemente, do cristão. Dentre elas, quereria destacar uma: «Felizes os mansos» (Mt 5, 5). Jesus diz de Si mesmo: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Este é o seu retrato espiritual, e desvenda-nos a riqueza do seu amor. A mansidão é uma maneira de ser e viver que nos assemelha a Jesus e nos faz estar unidos entre nós; faz com que deixemos de lado tudo o que nos divide e contrapõe, a fim de procurar formas sempre novas para avançar no caminho da unidade, como fizeram filhos e filhas desta terra, entre os quais se conta Santa Maria Elisabeth Hesselblad, recentemente canonizada, e Santa Brígida, Brigitta Vadstena, co-padroeira da Europa. Elas rezaram e trabalharam para estreitar os laços de unidade e comunhão entre os cristãos. Um sinal muito eloquente é o facto de ser aqui no seu país, caraterizado pela convivência de populações muito diferentes, que estamos a comemorar em conjunto o quinto centenário da Reforma. Os Santos obtêm mudanças graças à mansidão do coração. Com ela, compreendemos a grandeza de Deus e adoramo-Lo com sinceridade; além disso, é a atitude de quem não tem nada a perder, porque a sua única riqueza é Deus.
As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus. Neste sentido, poderíamos assinalar novas situações para as vivermos com espírito renovado e sempre atual: felizes os que suportam com fé os males que outros lhes infligem e perdoam de coração; felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles; felizes os que reconhecem Deus em cada pessoa e lutam para que também outros o descubram; felizes os que protegem e cuidam da casa comum; felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros; felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos... Todos eles são portadores da misericórdia e ternura de Deus, e d’Ele receberão sem dúvida a merecida recompensa.
Queridos irmãos e irmãs, a chamada à santidade é para todos, e temos que a receber do Senhor com espírito de fé. Os Santos encorajam-nos com a sua vida e intercessão diante de Deus, e nós precisamos uns dos outros para nos tornar santos. Juntos, peçamos a graça de acolher, com alegria, esta chamada e trabalhar unidos para a levar a cumprimento. À nossa Mãe do Céu, Rainha de todos os Santos, confiamos as nossas intenções e o diálogo em busca da plena comunhão de todos os cristãos, para que sejamos abençoados nos nossos esforços e alcancemos a santidade na unidade.
Fonte: ACI digital
Malmö (RV) 01/11/2016– Último dia do Papa Francisco em terras suecas. Respondendo ao fervoroso pedido da comunidade local – como revelou na entrevista à “Civiltà Cattolica” – Francisco decidiu celebrar uma missa, aumentando a viagem à Suécia em um dia.
“Na verdade – disse o Papa – eu não queria que a missa fosse celebrada no mesmo dia e não no mesmo lugar do encontro ecumênico para evitar confundir os planos. O encontro ecumênico deve ser preservado em seu profundo significado, segundo o espírito da unidade”.
Francisco despediu-se da Residência Papal em Igelösa às 8h30min e percorreu 35,7 km até o Swedbank Stadium, distante 3 km do centro da cidade, e com capacidade para acolher dezoito mil pessoas.
A alegria pela presença do Pontífice era perceptível pelos cantos e gritos de alegria e boas-vindas em espanhol, visto que a Suécia conta com uma grande comunidade sul-americana, formada especialmente por chilenos e mexicanos.
De fato os católicos, que representam pouco mais de 1% da população sueca, é formada também por muitos estrangeiros, principalmente por poloneses, seguida pelos croatas, latino-americanos e cristãos do Oriente Médio de diversos ritos. A Igreja local conta com uma única circunscrição eclesiástica, a Diocese de Estocolmo, guiada por Dom Anders Arborelius.
A missa na Solenidade de Todos os Santos foi celebrada em latim e sueco, com a oração dos fieis em espanhol, sueco, árabe, inglês, alemão e polonês. O Papa proferiu sua homilia em espanhol.
Com a celebração, Francisco concluiu a 17ª Viagem Apostólica internacional de seu Pontificado, dedicada à santidade, visto que neste dia a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos.
Os jornais suecos desta segunda-feira deram amplo destaque à presença do Papa Francisco no país. Se a foto de capa do principal jornal estampava o Pontífice com o casal real, o segundo em importância dava destaque ao protagonismo de Francisco nos históricos eventos do dia 31, em Lund e em Malmö.
De Malmö, Suécia, Jackson Erpen
Fonte: Radio Vaticano
“As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus”, explicou o Papa.
A seguir, o texto completo da homilia:
Celebramos hoje, com toda a Igreja, a solenidade de Todos os Santos. Assim recordamos não só aqueles que foram proclamados Santos ao longo da história, mas também muitos irmãos nossos que viveram a sua vida cristã na plenitude da fé e do amor através duma existência simples e reservada. Contam-se certamente, entre eles, muitos dos nossos parentes, amigos e conhecidos.
Celebramos, pois, a festa da santidade. Aquela santidade que, às vezes, não se manifeste em grandes obras nem em sucessos extraordinários, mas que sabe viver, fiel e diariamente, as exigências do Batismo. Uma santidade feita de amor a Deus e aos irmãos. Amor fiel até ao esquecimento de si mesmo e à entrega total aos outros, como a vida daquelas mães e pais que se sacrificam pelas suas famílias sabendo renunciar de boa vontade, embora nem sempre seja fácil, a tantas coisas, tantos projetos ou programas pessoais.
Mas, se alguma coisa há que caracterize os Santos, é o facto de serem verdadeiramente felizes. Descobriram o segredo da felicidade autêntica, que mora no fundo da alma e tem a sua fonte no amor de Deus. Por isso, os Santos são chamados bem-aventurados. As Bem-aventuranças são o seu caminho, o seu destino, a sua pátria. As Bem-aventuranças são o caminho de vida que o Senhor nos indica, para podermos seguir os seus passos. Ouvimos, no Evangelho de hoje, como Jesus as proclamou perante uma grande multidão num monte junto do lago da Galileia.
As Bem-aventuranças são o perfil de Cristo e, consequentemente, do cristão. Dentre elas, quereria destacar uma: «Felizes os mansos» (Mt 5, 5). Jesus diz de Si mesmo: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Este é o seu retrato espiritual, e desvenda-nos a riqueza do seu amor. A mansidão é uma maneira de ser e viver que nos assemelha a Jesus e nos faz estar unidos entre nós; faz com que deixemos de lado tudo o que nos divide e contrapõe, a fim de procurar formas sempre novas para avançar no caminho da unidade, como fizeram filhos e filhas desta terra, entre os quais se conta Santa Maria Elisabeth Hesselblad, recentemente canonizada, e Santa Brígida, Brigitta Vadstena, co-padroeira da Europa. Elas rezaram e trabalharam para estreitar os laços de unidade e comunhão entre os cristãos. Um sinal muito eloquente é o facto de ser aqui no seu país, caraterizado pela convivência de populações muito diferentes, que estamos a comemorar em conjunto o quinto centenário da Reforma. Os Santos obtêm mudanças graças à mansidão do coração. Com ela, compreendemos a grandeza de Deus e adoramo-Lo com sinceridade; além disso, é a atitude de quem não tem nada a perder, porque a sua única riqueza é Deus.
As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus. Neste sentido, poderíamos assinalar novas situações para as vivermos com espírito renovado e sempre atual: felizes os que suportam com fé os males que outros lhes infligem e perdoam de coração; felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles; felizes os que reconhecem Deus em cada pessoa e lutam para que também outros o descubram; felizes os que protegem e cuidam da casa comum; felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros; felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos... Todos eles são portadores da misericórdia e ternura de Deus, e d’Ele receberão sem dúvida a merecida recompensa.
Queridos irmãos e irmãs, a chamada à santidade é para todos, e temos que a receber do Senhor com espírito de fé. Os Santos encorajam-nos com a sua vida e intercessão diante de Deus, e nós precisamos uns dos outros para nos tornar santos. Juntos, peçamos a graça de acolher, com alegria, esta chamada e trabalhar unidos para a levar a cumprimento. À nossa Mãe do Céu, Rainha de todos os Santos, confiamos as nossas intenções e o diálogo em busca da plena comunhão de todos os cristãos, para que sejamos abençoados nos nossos esforços e alcancemos a santidade na unidade.
Fonte: ACI digital
O encontro de Francisco com o rebanho católico na Suécia
Malmö (RV) 01/11/2016– Último dia do Papa Francisco em terras suecas. Respondendo ao fervoroso pedido da comunidade local – como revelou na entrevista à “Civiltà Cattolica” – Francisco decidiu celebrar uma missa, aumentando a viagem à Suécia em um dia.
“Na verdade – disse o Papa – eu não queria que a missa fosse celebrada no mesmo dia e não no mesmo lugar do encontro ecumênico para evitar confundir os planos. O encontro ecumênico deve ser preservado em seu profundo significado, segundo o espírito da unidade”.
Francisco despediu-se da Residência Papal em Igelösa às 8h30min e percorreu 35,7 km até o Swedbank Stadium, distante 3 km do centro da cidade, e com capacidade para acolher dezoito mil pessoas.
A alegria pela presença do Pontífice era perceptível pelos cantos e gritos de alegria e boas-vindas em espanhol, visto que a Suécia conta com uma grande comunidade sul-americana, formada especialmente por chilenos e mexicanos.
De fato os católicos, que representam pouco mais de 1% da população sueca, é formada também por muitos estrangeiros, principalmente por poloneses, seguida pelos croatas, latino-americanos e cristãos do Oriente Médio de diversos ritos. A Igreja local conta com uma única circunscrição eclesiástica, a Diocese de Estocolmo, guiada por Dom Anders Arborelius.
A missa na Solenidade de Todos os Santos foi celebrada em latim e sueco, com a oração dos fieis em espanhol, sueco, árabe, inglês, alemão e polonês. O Papa proferiu sua homilia em espanhol.
Com a celebração, Francisco concluiu a 17ª Viagem Apostólica internacional de seu Pontificado, dedicada à santidade, visto que neste dia a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos.
Os jornais suecos desta segunda-feira deram amplo destaque à presença do Papa Francisco no país. Se a foto de capa do principal jornal estampava o Pontífice com o casal real, o segundo em importância dava destaque ao protagonismo de Francisco nos históricos eventos do dia 31, em Lund e em Malmö.
De Malmö, Suécia, Jackson Erpen
Fonte: Radio Vaticano
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