Papa telefonou para presos
O Presidente do Pontifício Conselho para Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, ilustrou os dois encontros, que neste Jubileu demonstram uma forte preocupação pelos pobres, marginalizados e excluídos. O Arcebispo revelou ainda, que o vivo interesse do Papa pelos condenados ultrapassa o período jubilar. Francisco – disse ele – esteve em contato telefônico com detentos nos últimos meses, tendo realizado contatos também com condenados à morte”, “não podendo, infelizmente, salvar da morte um deles”.
Detentos de diversos países
Para o Jubileu dos Encarcerados que terá lugar no dia 6, foram convidados “os detentos com os seus familiares, agentes da Polícia Penitenciária, os Capelães das prisões e as Associações que oferecem assistência dentro e fora dos cárceres”.
“Até o momento – antecipou Dom Fisichella – inscreveram-se mais de 4 mil pessoas, das quais mais de mil serão detentos provenientes de 12 países do mundo: Inglaterra, Itália, Letônia, Madagascar, Malásia, México, Holanda, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Suécia e Portugal”.
O serviço litúrgico – disse ainda Dom Fisichella – “será feito pelos prisioneiros. As hóstias que serão utilizadas na Santa Missa foram produzidas por alguns detentos do Cárcere da ‘Opera’, de Milão, no âmbito do projeto “O Sentido do Pão”, idealizado e organizado por ocasião do Jubileu e implementado em colaboração com a ONG Fundação Casa do Espírito e das Artes”.
Ao lado do crucifixo em madeira do século XIV, restaurado recentemente, “será exposta uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, Protetora dos prisioneiros; o Menino Jesus tem em suas mãos correntes abertas em sinal de libertação e de confiança. Antes da Missa, o Papa saudará alguns encarcerados e personalidades presentes na celebração”.
O Programa
“O programa do Jubileu dos Encarcerados – explicou Dom Rino Fisichella - é muito simples e não se afasta do espírito com que se quis viver o Jubileu. No dia de sábado os participantes terão a possibilidade, nas Igrejas jubilares, de confessarem-se e de atravessar a Porta Santa, realizando o percurso prévio, instalado na Via da Conciliação, em preparação à celebração do dia sucessivo. A partir das 7h30min será possível entrar na Basílica, em espera à celebração da Santa Eucaristia presidida pelo Santo Padre às 10 horas”.
Testemunhos
“Muito intenso, a partir das 9 horas, será o momento dos testemunhos. Teremos, de fato, como preparação à Celebração Eucarística, a apresentação de 4 testemunhos que englobam o mundo dos cárceres. Um detento que no mundo da prisão teve a experiência da conversão, falará junto à vítima com a qual se reconciliou; o irmão de uma pessoa assassinada que tornou-se um instrumento de misericórdia, portanto, de perdão; um menor de idade que está cumprindo pena e, por fim, um agente da Polícia Penitenciária, que diariamente está em contato com os detentos. Ouviremos os seus testemunhos de vida e compreenderemos o quanto o tema da misericórdia não é, de fato, uma palavra teórica, mas uma genuína ação cotidiana que representa muita vezes um verdadeiro desafio existencial. Os testemunhos serão intercalados com músicas e cantos pelo Coral Papageno, compostos por voluntários e detentos da “Casa Dozza do Distrito de Bolonha”. Ao meio-dia, por fim, o Angelus na Praça São Pedro.
Participantes
O grupo mais numeroso de prisioneiros – sublinhou Dom Fisichella – “provém da Itália e com quem, desde os primeiros meses do Jubileu, foi possível realizar uma ativa colaboração com o Departamento Penitenciário do Ministério da Graça e da Justiça, juntamente com o Inspetorato Geral dos Capelães. Esta concreta colaboração permitiu que os detentos de todas as categorias pudessem estar representados em São Pedro”.
Estarão presentes, de fato, “menores, pessoas que cumprem pena alternativa, pessoas com prisão domiciliar e detentos permanentes com condenações diversas. No final das contas – disse Fisichella – uma presença verdadeira que marca um real empenho para oferecer um futuro e uma esperança que ultrapasse a condenação e a duração da pena.”.
Digno de recordação – ressalta o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização - que a colaboração com o Ministério da Justiça nestes meses, permitiu que seis detentos desenvolvessem o serviço como voluntários do Jubileu. Uma experiência intensa vivida por todos com espírito de genuíno empenho e responsabilidade”.
Interesse do Papa pelos encarcerados
O Papa – recordou por fim Dom Fisichella – sempre dedicou grande atenção aos encarcerados: “Basta pensar à sua primeira celebração da Santa Missa in Coena Domini, no Cárcere para menores de Casal del Marmo, para depois passar para as suas numerosas visitas nas prisões de muitos países: em Poggioreale (Nápoles) em março de 2015, onde almoçou com os detentos; em Filadélfia em setembro de 2015; em Palmasole, Bolívia, em julho de 2015 e em Ciudad Juárez, no México, em fevereiro de 2016”. (JE)
Fonte: Radio Vaticano
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