O Santo Padre, por meio de um telegrama enviado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin ao Presidente egípcio Al-Sisi, expressou sua profunda solidariedade a todas as pessoas atingidas por este “violento ultraje”, em modo particular “as crianças que perderam a vida”.
Assegurando sua oração às famílias enlutadas, o Pontífice confirma sua “contínua intercessão pela paz e a reconciliação em todas as nações”.
Vítimas
O balanço oficial das vítimas é de 28 mortos - entre os quais duas crianças de 2 e 4 anos - e de 22 feridos.
O ataque contra um ônibus que levava cristãos ao Mosteiro de São Samuel, o Confessor, ocorreu esta manhã na Província de Minya, no Alto Egito. Um comando de encapuzados vestindo uniformes militares entrou no ônibus e disparou com armas automáticas contra os passageiros, enquanto um dos atacantes filmava a tragédia.
Recusa em abjurar da fé em Cristo
“No ônibus estavam também crianças. Roubaram deles dinheiro e ouro. Também pediram a eles para que renunciassem a Cristo e se tornassem muçulmanos. Caso tivessem aceitado teriam se salvado, mas os peregrinos se recusaram a abjurar sua fé e foram mortos. Colocaram pistolas em suas cabeças e na nuca e dispararam”, afirmou o Pároco da Igreja copta de São Mina em Roma, Padre Antonio Gabriel, ao comentar ao canal TG 2000 o ataque desta manhã.
Solidariedade
A condenação ao ataque veio de todo o mundo. E manifestações de solidariedade também. A Torre Eiffel permanecerá apagada em sinal de luto pelo ataque. A informação foi dada pela Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em sua conta twitter. União Europeia e Chefes de governo de diversos países condenaram o ataque, manifestando solidariedade aos cristãos e ao povo egípcio, e defendendo uniçao no combate ao terrorismo.
Condenação do Mundo islâmico
O Secretário Geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit, “condena nos termos mais fortes” o ataque contra os cristãos coptas em Minya. “A Liga Árabe – afirmou - sublinha a necessidade de uma cooperação conjunta no combate ao terrorismo”. Aboul-Gheit também manifestou total solidariedade ao cristãos egípcios.
Devido ao ataque, a Dar al Iftaa – autoridade egípcia que emite as fatwas – editos religiosos - cancelou as celebrações previstas para hoje, véspera do início do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. O Grão Mufti Shawqi Allam condenou com veemência o ataque.
O Presidente palestino Abu Mazen, estreito aliado do Presidente egípcio, também expressou sua firme condenação ao ataque.
Uma áspera condenação também foi expressa pelo porta-voz do Hamas em Gaza: “Trata-se de um crime odioso”, disse Fawzi Barhoum aos jornalistas. Os autores do atentado são “inimigos do Egito”.
Já o Irã, por meio do Ministério do Exterior Bahram Qasemi, expressou as “condolências às famílias das vítimas do ataque contra os cristãos coptas no Egito, ao povo e ao governo egípcio”, ao mesmo tempo em que expressa “uma firme condenação” ao grave atentado. (JE com Agências)
Fonte: Radio Vaticano
Ataque a ônibus no Egito mata 28 cristãos coptas
Cairo
(RV) 26/05/2017– Crianças também estão entre as vítimas do ataque perpetrado esta manhã contra um ônibus que transportava cristãos coptas ao Mosteiro de São Samuel, nas proximidades da cidade de Minya, região central do Egito.
O balanço oficial das vítimas é de 28 mortos, entre os quais duas crianças de 2 e 4 anos. Os feridos são 22.
Dinâmica do ataque
Segundo uma testemunha, um comando formado por dez terroristas mascarados vestindo uniformes militares bloqueou o ônibus. Os atacantes entraram no veículo disparando com armas automáticas, enquanto um deles filmava o massacre.
Alvos constantes
Os cristãos coptas, que representam 10% da população egípcia, são alvo constante de ataques de jihadistas. No Domingo de Ramos, kamikazes atacaram igrejas em Tanta e Alexandria provocando 45 mortes, sendo os ataques reivindicados pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Desde a Primavera Árabe de 2011 que tirou do poder Hosni Mubarack – que tinha o apoio do Patriarca Shenouda III – os coptas passaram a viver uma tensão crescente que teve seu ápice com a subida ao poder da Irmandade Muçulmana, com o Presidente Mohamed Morsi.
Desde 2013, foram pelo menos 40 os ataques contra igrejas e agressões aos cristãos, o que provocou dezenas de mortes.
O epicentro da violência é o Egito rural, em particular a região de Minya, onde 35% da população é cristã e a presença jihadista é sempre maior.
Justamente nesta região – a 250 km do Cairo - ocorreu o ataque desta manhã.
(Je com Agências)
Fonte: Radio Vaticano
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