Inglaterra: Mãe de Charlie pede que juízes deem a ele "uma possibilidade"

Londres (RV) 10/07/2017 – A mãe de Charlie Gard pediu aos magistrados - que esta segunda-feira voltam a examinar o caso -  para dar a ele mais uma possibilidade: ouvir os pesquisadores convencidos de que um tratamento experimental possa realizar um milagre.

Ouvir especialistas

“Para estas doenças muito raras existem os especialistas. Espero somente que os ouçam e nos deem esta possibilidade”, declarou Connie Yates à Sky News, nas horas que precedem a decisão da Alta Corte de Justiça, que se reúne nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira.

A decisão será tomada pelo Presidente do departamento de menores, Nicholas Francis, o mesmo magistrado que em abril ordenou em uma primeira sentença o desligamento dos aparelhos que mantém o bebê de dez meses respirando, decisão confirmada sucessivamente por outros tribunais.

Nas mãos do juiz, o parecer favorável  de sete especialistas  – alguns dos quais do Hospital Pediátrico Bambino Gesù -  sobre um  tratamento experimental que poderia não curar a criança totalmente, mas ao menos deixá-la independente das máquinas.

“Espero que possam ver que existe mais de uma possibilidade em relação a quanto se pensava anteriormente e espero que confiem em nós como pais e confiem nos outros doutores”, acrescentou ainda a mãe.

Pressões internacionais

Pressões internacionais levaram à reabertura do caso. Diversos hospitais estrangeiros pediram que os aparelhos não fossem desligados. Deputados estadunidenses chegaram a propor dar a residência à criança e a sua família, permitindo assim que fosse submetido a um tratamento experimental.

No domingo, os pais de Charlie participaram de uma manifestação no Great Ormond Street Hospital, onde o bebê está internado.

Apoiadores da causa reuniram 350 mil assinaturas pedindo que a criança possa viajar aos Estados Unidos e no Twitter @charliesfight agradeceram a todos que apoiam a causa.

Caso Ashya King


Segundo a imprensa britânica, os pais de Charlie conversaram com o pai de Ashya King, uma criança com câncer, que em 2014 também esteve ao centro de uma queda de braço que envolveu seus pais e o serviço de saúde britânico (NHS).

Os pais venceram a disputa, levando então a criança para ser tratada em Praga, na República Tcheca. Hoje Ashya tem oito anos e frequenta a escola.

 (JE com informações de AGI)


Fonte: Radio Vaticano


Mãe de Charlie Gard agradece intervenção do Papa Francisco para salvar seu bebê

LONDRES, 10 Jul. 17 / 07:00 pm (ACI).- Connie Yates, mãe do bebê Charlie Gard, agradeceu pela intervenção do Papa Francisco, assim como do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para salvar a vida de seu filho.

Nesta segunda-feira, 10 de julho, durante um programa de rádio na BBC Radio 4, Yates disse que a atenção midiática após os comentários do Bispo de Roma e do presidente dos Estados Unidos converteu a luta pela sobrevivência de seu filho Charlie Gard em uma “questão internacional”.

Em seguida, ao ser perguntada se essas intervenções haviam “feito toda a diferença”, Yates respondeu que tinham “salvado sua vida até agora”.

Charlie, atualmente com 10 meses, foi diagnosticado com a síndrome do esgotamento mitocondrial, uma doença rara genética que afeta muito poucas crianças no mundo.

O mal causa debilidade muscular progressiva e pode causar a morte no primeiro ano de vida.

Em 30 de junho, o dia em deveriam desligar os equipamentos que ajudam o bebê a viver, o Papa também utilizou sua conta no Twitter para enviar uma clara mensagem a favor da vida, especialmente “quando está ferida pela doença”, pois “é um dever de amor que Deus confia a todos”.

Além disso, segundo uma declaração de 2 de julho do porta-voz do Vaticano, Greg Burke, “o Santo Padre acompanha com afeto e emoção o caso do pequeno Charlie Gard e manifesta a sua proximidade aos seus pais”.

“Ele reza por eles, fazendo votos de que não seja negligenciado o seu desejo de acompanhar e cuidar do próprio filho até o fim”, acrescentou.

Um dia depois, 3 de julho, o hospital pediátrico Bambino Gesú de Roma, conhecido como o “Hospital do Papa”, ofereceu acolher o pequeno Charlie em suas instalações. Mas, o britânico Great Ormond Hospital, onde o bebê se encontra, disse que tinha se negado a realizar esta transferência por razões legais.

Nesse mesmo dia, Donald Trump escreveu no Twitter que, “se pudermos ajudar o pequeno Charlie Gard, como pedem nossos amigos do Reino Unido e o Papa, ficaremos felizes de fazer isso”.

Dias depois, o hospital britânico Great Ormond Street solicitou uma nova audiência ao Tribunal Superior da Inglaterra, depois que sete especialistas internacionais assinalaram que um tratamento experimental poderia beneficiar o bebê.

Neste dia 10 de julho, diante da possibilidade de que o Tribunal Superior da Inglaterra ratifique ou mude de opinião sobre o caso Charlie Gard, seus pais entregaram ao hospital mais de 380 mil assinaturas que a plataforma internacional CitizenGo recolheu em todo o mundo para pedir que os aparelhos que mantêm o menino vivo não sejam desligados.

Diante da polêmica do caso, o Instituto de Bioética da Pontifícia Universidade Católica da Argentina (UCA) destacou que, “além do que aconteça, o pequeno Charlie, que merece ter respeitada a sua dignidade até o último segundo de vida, está mostrando ao mundo uma quantidade de interrogações que nem a medicina, como prática científica, nem a justiça foram capazes de resolver”.

Nesse sentido, assinalou que “nem tudo pode ser resolvido pela ciência e pelas leis civis: estas descrevem ou, em maior ou menor medida, intervêm sobre a realidade, mas não chegam a institui-la”.

O Instituto de Bioética da UCA sublinhou que o “direito dos pais de decidir sobre seus filhos, a aplicação do melhor interesse da criança, a eficácia dos tratamentos desconhecidos, a arrogância de se considerar intérpretes do sofrimento alheio, a prevenção incompassível do dano e muitas outras questões ficarão circulando em nossas consciências até mesmo depois que Charlie deixe de estar entre nós”.

Fonte: ACI digital

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