Jesus liberta da lei
9º Domingo do Tempo Comum – Ano B
9º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Evangelho de Marcos 2, 23-3,6
23 Num dia de sábado, Jesus estava passando por uns campos de trigo. Os discípulos iam abrindo caminho, e arrancando as espigas. 24 Então os fariseus perguntaram a Jesus: «Vê: por que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?» 25 Jesus perguntou aos fariseus: «Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam passando necessidade e sentindo fome? 26 Davi entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu dos pães oferecidos a Deus e os deu também para os seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães.» 27 E Jesus acrescentou: «O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado. 28 Portanto, o Filho do Homem é senhor até mesmo do sábado.»
Reflexão
O Dia do Senhor
Considera-se grande progresso a abertura do comércio, aos domingos, nos hipermercados e shopping-centers. A distinção entre dia útil e domingo caiu. Qual é a prática cristã a respeito do “Dia do Senhor”, o domingo?
O termo “Dia do Senhor”, na Bíblia, não indica em primeiro lugar o domingo, mas o dia em que Deus mostra sua atuação (o êxodo e a derrota dos egípcios no Mar Vermelho é “o dia que o Senhor fez”), sobretudo no fim da História (o juízo final). O descanso semanal chama-se o shabbat. Os primeiros cristãos descansavam em honra de Deus no sábado, como os judeus; e na noite do sábado para o “primeiro dia da semana” celebravam a ressurreição de Jesus (cf. Mt 28, 1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1.19.24; 1 Cor 16,2). Como a “ressuscitação” de Jesus foi a atuação de Deus por excelência e, além disso, estava na perspectiva da volta final, essa celebração acabou recebendo o nome de “Dia do Senhor”, entendendo-se por “Senhor” o Cristo ressuscitado. Em latim, dizia-se dies Domini ou dies dominicalis, de onde nosso “domingo”, que é de fato o primeiro da semana. O cristão começa a semana com cara de domingo e não de segunda-feira …
A 1ª leitura nos ensina que o sentido profundo do “repouso” semanal (shabbat) é a libertação. Na escravidão do Egito, os israelitas não podiam descansar. Na Terra Prometida, eles gozavam do descanso no sétimo dia, em recordação e agradecimento a Deus que os libertou da escravidão. Por isso, deviam conceder descanso também a seus empregados e mesmo ao gado. Se não fizessem assim, comportar-se-iam como o faraó do Egito! Descansar e deixar descansar é marca do povo de Deus. O sábado pertence a Deus, é “dia do Senhor”.
No tempo de Jesus, os mestres da lei achavam a imobilidade no sábado mais importante que a razão de sua celebração, a libertação. Transformaram o fazer-nada em obsessão em vez de sinal da libertação. Criticam Jesus porque permite aos discípulos arrancarem umas espigas, e tramam sua morte porque, no sábado, cura um homem com a mão doente (evangelho). Mas, para Jesus, o sábado é para o bem da pessoa humana. Ele diz isso em virtude de sua autoridade como Filho do Homem, plenipotenciário de Deus (Me 2,28).
Os cristãos transferiram o repouso semanal para o novo “dia do Senhor”, o domingo da ressurreição de Jesus, sobrepondo à lembrança da libertação do Egito a da libertação dos laços da morte. O descanso nesse dia não deve ser absolutizado, como algo que existe para si. É um sinal, uma recordação, uma referência. Deve ser interpretado com o “divino humanismo” de Jesus, como uma instituição para o bem do ser humano. Por isso, a Igreja permite a manutenção dos serviços essenciais, no domingo. Mas prescreve “abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo” (Catec. Igr. Cat.). Como quer o sentido inicial em Israel, é preciso libertar-se do trabalho-escravidão. E da escravidão do consumismo …
O domingo é também o dia da comunidade cristã, que recorda a ressurreição de Cristo na celebração da Eucaristia. Neste espírito, o domingo serve para aprofundar a caridade e a solidariedade, mesmo em forma de mutirão ou de outros serviços livres e libertadores.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes.
O Dia do Senhor
Considera-se grande progresso a abertura do comércio, aos domingos, nos hipermercados e shopping-centers. A distinção entre dia útil e domingo caiu. Qual é a prática cristã a respeito do “Dia do Senhor”, o domingo?
O termo “Dia do Senhor”, na Bíblia, não indica em primeiro lugar o domingo, mas o dia em que Deus mostra sua atuação (o êxodo e a derrota dos egípcios no Mar Vermelho é “o dia que o Senhor fez”), sobretudo no fim da História (o juízo final). O descanso semanal chama-se o shabbat. Os primeiros cristãos descansavam em honra de Deus no sábado, como os judeus; e na noite do sábado para o “primeiro dia da semana” celebravam a ressurreição de Jesus (cf. Mt 28, 1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1.19.24; 1 Cor 16,2). Como a “ressuscitação” de Jesus foi a atuação de Deus por excelência e, além disso, estava na perspectiva da volta final, essa celebração acabou recebendo o nome de “Dia do Senhor”, entendendo-se por “Senhor” o Cristo ressuscitado. Em latim, dizia-se dies Domini ou dies dominicalis, de onde nosso “domingo”, que é de fato o primeiro da semana. O cristão começa a semana com cara de domingo e não de segunda-feira …
A 1ª leitura nos ensina que o sentido profundo do “repouso” semanal (shabbat) é a libertação. Na escravidão do Egito, os israelitas não podiam descansar. Na Terra Prometida, eles gozavam do descanso no sétimo dia, em recordação e agradecimento a Deus que os libertou da escravidão. Por isso, deviam conceder descanso também a seus empregados e mesmo ao gado. Se não fizessem assim, comportar-se-iam como o faraó do Egito! Descansar e deixar descansar é marca do povo de Deus. O sábado pertence a Deus, é “dia do Senhor”.
No tempo de Jesus, os mestres da lei achavam a imobilidade no sábado mais importante que a razão de sua celebração, a libertação. Transformaram o fazer-nada em obsessão em vez de sinal da libertação. Criticam Jesus porque permite aos discípulos arrancarem umas espigas, e tramam sua morte porque, no sábado, cura um homem com a mão doente (evangelho). Mas, para Jesus, o sábado é para o bem da pessoa humana. Ele diz isso em virtude de sua autoridade como Filho do Homem, plenipotenciário de Deus (Me 2,28).
Os cristãos transferiram o repouso semanal para o novo “dia do Senhor”, o domingo da ressurreição de Jesus, sobrepondo à lembrança da libertação do Egito a da libertação dos laços da morte. O descanso nesse dia não deve ser absolutizado, como algo que existe para si. É um sinal, uma recordação, uma referência. Deve ser interpretado com o “divino humanismo” de Jesus, como uma instituição para o bem do ser humano. Por isso, a Igreja permite a manutenção dos serviços essenciais, no domingo. Mas prescreve “abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo” (Catec. Igr. Cat.). Como quer o sentido inicial em Israel, é preciso libertar-se do trabalho-escravidão. E da escravidão do consumismo …
O domingo é também o dia da comunidade cristã, que recorda a ressurreição de Cristo na celebração da Eucaristia. Neste espírito, o domingo serve para aprofundar a caridade e a solidariedade, mesmo em forma de mutirão ou de outros serviços livres e libertadores.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes.
Oração do Dia
Ó Deus, cuja providência jamais falha, nós vos suplicamos humildemente: afastai de nós o que é nocivo, e concedei-nos tudo o que for útil. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
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