Segundo informou BBC de Londres, no dia 12 de junho, o chefe do governo irlandês disse à Câmara Baixa do Parlamento que médicos, enfermeiras ou parteiras poderiam optar por não realizar procedimentos por motivos de consciência, mas que esta opção não será permitida aos hospitais financiados com fundos públicos, entre os quais estão centros católicos.
“Não será possível que os hospitais financiados com fundos públicos, indiferente do seu chefe ou proprietário, possam optar por não prestar estes serviços necessários que serão legais neste Estado quando esta legislação for aprovada pelo Dail (Câmara Baixa) e pelo Seanad (Senado)”, disse o primeiro-ministro e acrescentou que está “feliz” por oferecer “essa segurança”.
As declarações ocorreram ante as perguntas de vários parlamentares sobre a nova regulamentação do aborto no país, após o referendo do dia 25 de maio que revogou a Oitava Emenda da Constituição que protegia o direito à vida da mãe e do nascituro.
Conforme informaram, o governo está elaborando uma legislação que permitirá o aborto até 12 semanas de gestação e, em alguns casos, até 24 semanas.
Os dois maiores hospitais da capital, Dublin, pertencem a ordens religiosas. O Grupo São Vicente da Saúde, que inclui o Hospital da Universidade de São Vicente, pertence às Irmãs da Caridade, enquanto o Hospital Mater é das Irmãs de Maria.
“Assim como na legislação para a Lei de proteção da vida durante a gestação de 2013, serão necessários hospitais como, por exemplo, Holles Street – que é um hospital voluntário católico –, Mater, São Vincente e os outros, e espera-se que realizem qualquer procedimento que seja legal neste Estado e será o modelo que seguiremos”, continuou Varadkar.
Em uma coluna de opinião publicada em 14 de junho, o doutor em teologia moral e editor consultor de ‘The Catholic Herald’, Pe. Alexander Lucie-Smith, afirmou que estes centros já não poderão continuar sendo católicos se o governo os obrigar a praticar abortos e os impede de poder escolher os seus funcionários com base de que são objetores de consciência ou não.
“Se um hospital de propriedade católica (embora financiado pelo Estado) for obrigado a proporcionar abortos, significa que a Igreja enfrenta uma decisão difícil. Talvez possa lutar contra a medida e revogá-la nos tribunais. Mas, se isso fracassar, então há apenas uma coisa a fazer, fechar seus hospitais”, afirmou o sacerdote.
Assegurou que “é simplesmente impossível que um hospital católico proporcione abortos” e, se isso acontecer, “deixa de ser católico, ipso facto”.
“Isso recorda o caso dos centros de adoção católicos na Grã-Bretanha, que foram obrigados a fechar porque não estavam dispostos (com toda razão) a permitir as adoções homossexuais, como exige a legislação do governo”, recordou Pe. Alexander.
Fazendo um a comparação com a Grã-Bretanha, afirmou que na Irlanda “os direitos de consciência também estão sendo corroídos”.
“Esta legislação viola a vontade dos fundadores dos hospitais católicos e seus órgãos reitores. Obriga os membros dos órgãos reitores a colaborar com o aborto, o que nenhum católico poderia fazer”, denunciou.
Finalmente, Pe. Alexander disse que, como o “único resultado possível” é o fechamento dos hospitais católicos, espera “que os membros do Dail vejam esta situação e pensem novamente”.
Fonte: ACI digital
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