REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 18 / 04:00 am (ACI).- “Ainda não falam e já confessam a Cristo. Ainda não podem mover os seus membros para travar batalha e já alcançam a palma da vitória”, disse uma vez São Quodvultdeus (século V) ao exortar os fiéis sobre os Santos Inocentes, as crianças que morreram por Cristo e cuja festa se celebra neste 28 de dezembro.
De acordo com o relato de São Mateus, o rei Herodes mandou matar em Belém e seus arredores os meninos menores de dois anos, ao sentir-se enganado pelos Reis Magos, os quais retornaram aos seus países por outro caminho para não lhe revelar onde estava o Messias.
A festa para venerar estes meninos que morreram como mártires foi instituída no século IV. A tradição oriental os recorda em 29 de dezembro, enquanto que a latina, no dia 28 deste mês.
Posteriormente, São Quodvultdeus, Padre da Igreja do Século V e Bispo de Cartago (norte da África), deu um sermão sobre este lamentável feito.
“Que temes, Herodes, ao ouvir dizer que nasceu o Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demónio. Tu, porém, não o compreendes; e por isso te perturbas e te enfureces, e, para que não escape aquele único Menino que buscas, te convertes em cruel assassino de tantas crianças”, expressou.
O Santo ainda acrescenta: “Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração”.
“As crianças, sem o saberem, morrem por Cristo; os pais choram os mártires que morrem. Àqueles que ainda não podiam falar, Cristo os faz suas dignas testemunhas”, enfatizou São Quodvultdeus.
Fonte: ACI digital
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 18 / 05:00 am (ACI).- No marco da festa dos Santos Inocentes, apresentamos 5 coisas que talvez não sabia sobre estes mártires, cujas mortes seguem repercutindo na sociedade de hoje, segundo artigo de Pe. Sergio Román, publicado no SIAME (Serviço Informativo da Arquidiocese do México).
1. A história
Herodes disse aos Magos do Oriente que ele estava muito interessado no rei que tinha acabado de nascer e pediu-lhes para informá-lo sobre este rei em seu retorno para também ir adorá-lo. A estrela guiou os Magos até a criança e, cumprida sua missão, voltaram para seus países de origem por outros caminhos, pois um anjo lhes avisou em sonhos que Herodes queria matar Jesus.
Desapontado com os Magos, Herodes mandou matar todas as crianças menores de dois anos com o desejo de acabar com aquele Rei nascido em Belém, que colocava em perigo seu próprio reinado. Um genocídio. A matança dos inocentes. A Igreja os recorda no dia 28 de dezembro, unidos aos Natal, porque eles não morreram por Cristo, mas no lugar de Cristo.
2. Herodes, o Grande!
Assim se fazia chamar aquele rei da Palestina, fantoche do Império Romano. Foi grande porque soube ganhar guerras e conquistar terras para o seu reino, mas também por seus crimes: casou-se com Mariana, filha do sumo sacerdote Hircano II. Temeroso de que desejavam o seu reino, mandou matar seu genro, José; Salomé; o sumo sacerdote Hircano II; sua esposa Mariana; os irmãos dela, Aristóbulo e Alexandra; seus próprios filhos, Aristóbulo, Alexander e Antipatro.
Quando ficou enfermo, mandou prender todos os personagens importantes de Jericó, com a ordem de que assim que morresse, matassem-nos a flechadas. Quando Herodes morreu, esta ordem não foi cumprida. Com esses dados, podemos compreender que para ele foi fácil mandar matar os Santos Inocentes. Quantos foram? Hoje, sabe-se que Belém não devia ter mais de mil habitantes e que a este número, provavelmente, corresponderia uma população de 20 meninos.
3. A gruta de Belém
Santa Helena, mãe do imperador Constantino, que deu paz aos cristãos no século IV, construiu uma Basílica sobre a gruta de Belém, onde o Menino Jesus nasceu. Essa Basílica, reconstruída, ainda existe e guarda em sua cripta a preciosa gruta onde uma estrela de prata marca o lugar do santo nascimento. “Aqui nascei Jesus Cristo de Maria, a Virgem”, diz a inscrição em latim.
A gruta de Belém é um sistema de cavernas que se estendem debaixo da antiga basílica e do templo católico de Santa Catarina. Em uma dessas cavernas foram encontrados restos de crianças enterradas. O primeiro pensamento foi que eram os restos dos Santos Inocentes, mas os caixões correspondiam a uma época muito posterior. De todo modo, essa caverna foi dedicada à memória dos Santos Inocentes.
4. Ain Karen
Ain Karen é uma cidade perto de Jerusalém. Segundo a tradição, é o lugar da “Visitação” e do nascimento de João Batista. Este era mais velho do que Jesus apenas seis meses e existe a lenda de que também ao ser vítima de Herodes. Perseguida por soldados assassinos, sua mãe Isabel buscou uma rocha no monte atrás da qual ocultou seu pequeno João antes que os soldados a alcançassem.
Quando os soldados a alcançaram, procuraram até atrás da rocha, mas não viram nada. Quando saíram, Isabel correu para buscar seu menino e descobriu que a rocha tinha aberto um espaço para dar lugar em seu interior ao pequeno perseguido e, assim, salvou João Batista. Na Basílica da Visitação, sobre o monte, guarda-se uma estranha rocha que recorda esta história.
5. Os santos inocentes de hoje
A celebração litúrgica deve nos recordar não apenas o fato histórico daquelas crianças assassinadas no lugar de Cristo, mas também o acontecimento diário de todos aqueles inocentes perseguidos e assassinados entre nós. Os humanos somos capazes de monstruosidades que nos envergonham.
Seguimos assassinando por motivos religiosos, políticos, econômicos e, cada vez que denunciamos um desses crimes, clamamos indignados “Nunca mais!”, para, em seguida, repetir a história. Não permaneçamos indiferentes ante esses genocídios, despertemos em nós a solidariedade e unamos nossas vozes e nossas ações às desses inocentes que seguem morrendo no lugar de Cristo.
Fonte: ACI digital
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