Papa Angelus: Viver confiando em Deus em tudo, eis o segredo da vida


O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, na Solenidade da Imaculada Conceição, com o fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro provenientes de todo o mundo.

Silvonei José - Cidade do Vaticano

"Estar com Deus não resolve magicamente os problemas. Mas Maria confia em Deus diante dos problemas”. Foi o que disse o Papa Francisco antes de rezar a oração mariana do Angelus na Solenidade da Imaculada Conceição com o fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro provenientes de todo o mundo.

"Eis um comportamento sábio: não viver dependendo dos problemas – quando termina um, se apresenta outro! - mas confiando em Deus e confiando-se todos os dias a Ele: Eis-me aqui! Peçamos à Imaculada a graça de viver assim", exortou o Papa.

Comentando a página do Evangelho do dia, o Papa recorda Eis-me é a palavra-chave da vida. Marca a passagem de uma vida horizontal, centralizada em si mesmo nas suas próprias necessidades, a uma vida vertical lançada na direção de Deus.

"Eis-me é estar disponível ao Senhor, é a cura para o egoísmo, o antídoto a uma vida insatisfeita, na qual sempre falta alguma coisa. Eis-me é o remédio contra o envelhecimento do pecado, é a terapia para ficar jovem dentro. Eis-me é crer que Deus conta mais do que o meu eu. É apostar tudo no Senhor, dócil às suas surpresas. Por isso dizer-lhe eis-me é o maior louvor que podemos lhe oferecer. Por que não começar assim todos os nossos dias? Seria belo, todas as manhãs dizer: “Eis-me, Senhor, hoje faça-se em mim segundo a tua vontade”.

O Papa nos convida a tomar como exemplo Maria:

“Maria não ama o Senhor de vez em quando, com interrupções. Vive confiando em Deus em tudo e para tudo. Eis o segredo da vida. Tudo pode quem confia em Deus para tudo. Porém o Senhor, caros irmãos e irmãs, sofre quando lhe respondemos como Adão: “tenho medo e me escondi”. Deus é Pai, o mais dócil dos pais, e deseja a confiança dos filhos. No entanto, quantas vezes suspeitamos d’Ele, pensamos que possa nos mandar alguma prova, privar-nos da liberdade, abandonarmos. Mas esse é um grande engano, é a tentação das origens, a tentação do diabo: insinuar a desconfiança em Deus".

Maria, - continuou o Papa - vence esta primeira tentação com o seu eis-me. E hoje olhamos para a beleza de Nossa Senhora, nascida e vivida sem pecado, sempre dócil e transparente a Deus.

“Isso não quer dizer que para ela a vida tenha sido fácil. Estar com Deus não resolve magicamente os problemas. A conclusão do Evangelho de hoje recorda isso: “O Anjo afastou-se dela”. Afastou-se: é um verbo forte. O anjo deixa a Virgem sozinha em uma situação difícil. Ela sabia o modo particular com o qual seria Mãe de Deus, mas o anjo não tinha explicado aos outros. E os problemas logo começaram: pensemos na situação irregular segundo a lei, à angústia de São José, aos planos de vida que acabaram, o que diriam as pessoas…"

Mas Maria, finalizou o Papa, confia em Deus, diante dos seus problemas. Foi deixada pelo anjo, mas acredita que com ela, nela, ficou Deus. E confia. Está certa que com o Senhor, mesmo de modo inesperado, tudo vai dar certo.

Fonte: Vatican News

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