Durante a oração do Ângelus, na manhã de hoje na Praça de São Pedro do Vaticano, o Santo Padre assegurou que “não se pode ter uma relação de amor, de caridade, de fraternidade com o próximo se há buracos, como não se pode caminhar por uma estrada com muitos buracos. E tudo isso fazer com um cuidado especial para com os mais necessitados”.
Em sua reflexão, explicou que a liturgia neste segundo domingo do Advento “nos vem indicado como dar substância a essa espera: empreendendo um caminho de conversão”.
“Como guia para este caminho, o Evangelho nos apresenta a figura de João Batista, que percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados”.
O Santo Padre também destacou que “para preparar o caminho para o Senhor que vem, é necessário levar em conta as exigências da conversão a que o Batista nos convida. Quais são estas exigências para uma conversão? Primeiramente, somos chamados a recuperar os buracos produzidos pela frieza e pela indiferença, abrindo-nos aos outros com os mesmos sentimentos de Jesus, isto é, com a cordialidade e a atenção fraternas que se responsabiliza pelas necessidades do nosso próximo”.
Em seguida, “precisamos reduzir tantas severidades causadas pelo orgulho e pela soberba, fazendo gestos concretos de reconciliação com os nossos irmãos, pedindo perdão pelas nossas faltas. Não é fácil reconciliar-se, acrescentou o Papa, se se pensa, quem irá dar o primeiro passo? O Senhor nos ajuda nisto se temos boa vontade”.
“A conversão, na verdade, é completa se leva a reconhecer humildemente os nossos erros, as nossas infidelidades e omissões”.
Nesse sentido, o Papa recordou que “o fiel, é aquele que, estando próximo de seu irmão, como João Batista abre estradas no deserto, ou seja, indica perspectivas de esperança mesmo naqueles contextos existenciais impenetráveis, marcados pelo fracasso e pela derrota”.
“Não podemos nos render a situações negativas de fechamento e rejeição; não devemos nos deixar sujeitar à mentalidade do mundo, porque o centro da nossa vida é Jesus e a sua palavra de luz, de amor, de consolação”, exortou.
O Pontífice sublinhou que “o Batista convidava as pessoas de seu tempo à conversão com força, vigor e severidade. No entanto, ele sabia ouvir, sabia como realizar gestos de ternura e de perdão para com as multidões de homens e mulheres que iam até ele para confessar seus pecados e serem batizados com o batismo de penitência”.
“O testemunho de João Batista nos ajuda a seguir em frente com o nosso testemunho de vida. A pureza de seu anúncio, a sua coragem em proclamar a verdade conseguiram despertar as expectativas e esperanças do Messias que há muito tempo estavam adormecidas”.
“Ainda hoje, os discípulos de Jesus são chamados a ser suas humildes, mas corajosas testemunhas para reacender a esperança, para fazer entender que, apesar de tudo, o reino de Deus continua a ser construído dia a dia com o poder do Espírito Santo”.
O Papa finalizou convidando a pensar em “cada um de nós: ‘Como eu posso mudar algo no meu comportamento para preparar o caminho do Senhor?’”.
Fonte: ACI digital
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