Hoje a Igreja celebra a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus


REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 19 / 04:00 am (ACI).- A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (Theotokos) é a mais antiga que se conhece no Ocidente. Nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Santa Missa, encontram-se pinturas com esta inscrição.

Segundo um antigo testemunho escrito no século III, os cristãos do Egito se dirigiam a Maria com a seguinte oração: “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus: não desprezeis a oração de seus filhos necessitados; livra-nos de todo perigo, oh sempre Virgem gloriosa e bendita” (Liturgia das Horas).

No século IV, o termo Theotokos era usado frequentemente no Oriente e Ocidente porque já fazia parte do patrimônio da fé da Igreja.

Entretanto, no século V, o herege Nestório se atreveu a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: “Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses”.

Nestório havia caído em um engano devido a sua dificuldade para admitir a unidade da pessoa de Cristo e sua interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes Nele.

Os bispos, por sua parte, reunidos no Concílio de Éfeso (ano 431), afirmaram a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho. Por sua vez, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.

Logo, acompanhados pelo povo e levando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém”.

São João Paulo II, em novembro de 1996, refletiu sobre as objeções expostas por Nestório para que se compreenda melhor o título “Maria, Mãe de Deus”.

“A expressão Theotokos, que literalmente significa ‘aquela que gerou Deus’, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina”, disse o Pontífice.

“O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz por Maria”, acrescentou.

Do mesmo modo, assinalou que a maternidade da Maria “não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana”. Além disso, “uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera”, enfatizou São João Paulo II.

Por fim, é importante recordar que Maria não é só Mãe de Deus, mas também nossa porque assim quis Jesus Cristo na cruz, quando a confiou a São João. Por isso, ao começar o novo ano, peçamos a Maria que nos ajude a ser cada vez mais como seu Filho e iniciemos o ano saudando a Virgem Maria.

Saudação à Mãe de Deus

Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo
e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude
da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor! Salve,
ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes
derramadas, pela graça e iluminação
do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis
transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!

Fonte: ACI digital

 7 importantes dados sobre a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 19 / 05:00 am (ACI).- “A Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de ‘Mãe de Deus’”, diz a Constituição dogmática Lumen Gentium (parágrafo 66) da Igreja. A seguir, apresentamos 7 dados sobre a importante Solenidade de Santa Maria, Mae de Deus, celebrada neste dia 1º de janeiro.

1. Conclui a Oitava de Natal

Com esta Solenidade se conclui a Oitava de Natal, um conjunto de oito dias desde o dia 25 de dezembro nos quais a Igreja atualmente celebra o nascimento de Jesus.

No Antigo Testamento (Gn 17,9-14), pode-se ler que há muitos séculos, Deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência, cujo sinal era a circuncisão ao oitavo dia depois do nascimento. O Filho de Deus também viveu assim e recebeu, nesse momento, o nome anunciado à Virgem Maria.

“Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2,21).

2. A Theotokos

Os primeiros cristãos costumavam chamar a Virgem Maria de “Theotokos”, que em grego significa “Mãe de Deus”. Este título aparece nas catacumbas debaixo da cidade de Roma e em antigos monumentos do Oriente (Grécia, Turquia, Egito).

Os Bispos reunidos no Concílio de Éfeso (431), cidade onde, segunda a tradição, a Virgem passou seus últimos anos antes de ser assunto ao céu, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.

3. Criado pela fé

“Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus”, diz uma das antigas orações marianas dos cristãos do Egito do século III. Cabe ressaltar que esse título de “Mãe de Deus” (“Theotokos”) não existia e que foi criado pelos cristãos para expressar sua fé.

4. Antiga festa mariana

A “Maternidade de Maria” é uma das primeiras festas marianas na cristandade. Conta-se que, por volta do século V, em Bizâncio, havia uma “memória da Mãe de Deus”, que se celebrava no dia 26 de dezembro, o dia seguinte ao Natal.

Aos poucos, foi se introduzindo na liturgia romana em um dia da Oitava de Natal e, já no século VIII, encontram-se para esta comemoração antífonas com o título de “Natale Sanctae Mariae”, assim como orações e responsórios com os quais se honrava a divina “Maternidade de Maria”.

5. Dia da Paz

Com o tempo, esta memória da Virgem foi transferida para comemorar a “Circuncisão do Senhor”, mas seria mantido o caráter mariano. Em 1931, o Papa Pio XI a restabeleceu para o dia 11 de outubro, por ocasião do XV centenário do Concílio de Éfeso e lhe deu uma categoria equivalente à Solenidade atual.

Anos depois, nesta data, São João XXIII inaugurou o Concílio Vaticano II (1962). Com a reforma litúrgica de 1969, a “Maternidade de Maria” passou a ser celebrada em 1º de janeiro, dia em que se inicia o “calendário civil”. Um ano antes, em 1968, o Beato Paulo VI havia instituído para esta data o Dia Mundial da Paz. Assim, o primeiro dia do ano celebra Maria e reza pela paz.

6. Fundamento de dogmas marianos

O título “Mãe de Deus” é o principal e mais importante dogma sobre a Virgem Maria e todos os demais dogmas marianos encontram seu sentido nesta verdade de fé. Os outros dogmas marianos são que Maria teve uma Imaculada Concepção, Perpétua Virgindade e que foi levada em corpo e alma para o céu (Assunção).

Do mesmo modo, Nossa Senhora tem os seguintes títulos: Mãe dos homens, Mãe da Igreja, Advogada nossa, Corredentora, Medianeira de todas as graças, Rainha e Senhora de toda a criação e todo louvor contidos nas ladainhas do Santo Rosário.

7. Decisão da Virgem

Em novembro de 1996, São João Paulo II explicou que “a expressão ‘Mãe de Deus’ nos dirige ao Verbo de Deus, que na Encarnação assumiu a humildade da condição humana para elevar o homem à filiação divina”.

“Mas, esse título, à luz da sublime dignidade concedida à Virgem de Nazaré, proclama também a nobreza da mulher e sua altíssima vocação. De fato, Deus trata Maria como pessoa livre e responsável e não realiza a encarnação de seu Filho a não ser depois de ter obtido seu consentimento”, afirmou.


Fonte: ACI digital

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