BAGDÁ, 09 Fev. 19 / 08:00 am (ACI).- Quase dois anos após o anúncio da derrota do Estado Islâmico (ISIS) no Iraque, os padres missionários Gabriel Romanelli e Luis Montes compartilharam na página do Facebook "Amigos do Iraque" um vídeo para pedir ao mundo que "não se esqueçam dos cristãos perseguidos", mostrando a destruição que a guerra e o fundamentalismo islâmico causaram na igreja de São Behnam e Santa Sara, em Qaraqosh.
O grupo terrorista ISIS se tornou conhecido mundialmente em junho de 2014 quando tomou Mossul, a segunda cidade mais importante do Iraque, e depois Qaraqosh. Ambos eram lugares de maioria cristã. Depois, tomou outras aldeias cristãs na Planície de Nínive.
Durante esses ataques, obrigavam os cristãos e outras minorias a se converterem ao islamismo, pagar a jizya (imposto aos não muçulmanos) ou morrer. Centenas de milhares de famílias fugiram de suas cidades para buscar refúgio no Curdistão iraquiano.
Jan Kubis, atual coordenador especial das Nações Unidas para o Líbano, informou que entre junho de 2014 e dezembro 2017 foram encontradas pelo menos 202 valas comuns contendo milhares de corpos, localizados nas províncias de Nínive, Kirkuk, Salah ad-Din e Al Anbar.
Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, onde, segundo a ONU, cerca de 200 mil pessoas fugiram do ISIS, retorna gradualmente à vida, disse Pe. Luis Montes.
No entanto, como indicou Pe. Gabriel Romanelli, "a igreja de São Behnam e Santa Sara em Qaraqosh foi muito danificada pelo ISIS, que destruiu o campanário porque não queria que fosse mais alto do que a torre da mesquita".
Nesse sentido, pediu para "divulgar o que acontece com os cristãos do Oriente e ajudá-los também de forma material e existencialmente com tudo de que necessitam. Eles sofreram e sofrem pela mesma fé que nós temos”.
"Eles receberam a graça de sofrer, mas cabe a nós a graça de apoiar da melhor maneira possível estes mártires da fé cristã, confessores da fé e que vivem a fé mesmo em meio à perseguição", assinalou.
Por outro lado, Pe. Montes insistiu "na necessidade de orações por este país tão sofrido. Não se esqueçam dos cristãos perseguidos".
Ele disse que, como a situação no Iraque desapareceu das notícias, para o mundo "é como se tudo tivesse terminado. E, embora algumas coisas estejam melhores, há menos ataques, alguns cristãos retornaram para suas aldeias, no entanto, não deixa de ser certo que de sete mil famílias, voltaram apenas três mil e muitas não vão voltar mais”.
Os sacerdotes terminam o vídeo convidando a rezar "pela conversão daqueles que perseguiram e perseguem Cristo no mundo, tanto no Oriente como no Ocidente, e que os cristãos que estão dormindo despertem do sono da morte, o sono do pecado e voltem a dar glória a Deus como Ele merece".
Fonte: ACI digital
Um milhão de cristãos deixaram o Iraque, lamenta Patriarca caldeu
BAGDÁ, 04 Fev. 19 / 05:00 pm (ACI).- Seis anos após sua eleição como Patriarca e Primaz da Igreja Católica no Iraque, o Cardeal Louis Raphael Sako lamentou que cerca de um milhão de cristãos se viram obrigados a deixar o país.
Em uma mensagem publicada em 31 de janeiro, divulgada pela agência vaticana Fides, o Patriarca lembra alguns dos eventos que marcaram os anos de seu ministério.
Entre os destaques, o Primaz da Igreja caldeia recorda a fuga dos cristãos de Mossul e da Planície de Nínive invadidos pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS), assim como as dificuldades para o cuidado pastoral e material de dezenas de milhares de refugiados há mais de três anos.
O Patriarca também mencionou as campanhas que incitam o ódio, a violência e o confisco de casas de cristãos em Bagdá e outras cidades iraquianas, bem como as relações problemáticas com "alguns políticos cristãos que servem aos seus interesses pessoais, sem levar em consideração a vontade geral dos cristãos".
Entre os sinais positivos, o Patriarca se referiu à recuperação das finanças patriarcal, à renovação da liturgia, ao estabelecimento da Liga caldeia e à criação de uma comissão de diálogo inter-religioso com sunitas, xiitas, yazidis e mandeus para combater o extremismo sectário.
O Cardeal também disse que seus críticos são aqueles que "não podem tolerar ver o 'despertar' da Igreja caldeia e seu papel brilhante tanto local quanto globalmente, apesar de todos os desafios que enfrentamos nos últimos seis anos".
Outro sinal de esperança para cidades como Mossul, devastada pelo ISIS durante anos, foi a recente tomada de posse do novo Arcebispo Dom Mikhael Najib Moussa, um sinal de esperança para o país.
Mossul, como outros lugares do Iraque, está lutando para voltar à situação anterior à ocupação dos jihadistas. Neste contexto, a parte mais difícil está sendo sofrida pelos cristãos. Seu retorno é mais lento do que o esperado.
Nos últimos dias, meios de comunicação iraquianos como ankawa.com, documentaram a degradação da parte da cidade habitada em outros anos pelos cristãos, uma região onde só há escombros e que se tornaram autênticos lixões.
Fonte: ACI digital
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