Hoje é celebrado São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil (9 de junho)


REDAÇÃO CENTRAL, 09 Jun. 19 / 06:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 9 de junho a memória litúrgica de um dos primeiros evangelizadores do Brasil, São José de Anchieta, que pela sua importância na introdução do cristianismo no país é conhecido como Apóstolo do Brasil.

José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em San Cristóbal de La Laguna (Tenerife). Com apenas 14 anos ingressou ao Colégio de Artes da Universidade de Coimbra, destacado como um dos melhores alunos e como um grande poeta.

Aos 17 anos, enquanto rezava diante de uma imagem de Nossa Senhora, compreendeu a missão que o aguardava. No dia 1º de maio de 1551, ingressou na Companhia de Jesus e começou seus estudos de Filosofia. Conhecido por compor versos latinos com muita facilidade, ficou conhecido como o “Canário de Coimbra”.

Em 1553, devido a uma doença, mudou-se de Tejo (Lisboa) ao Brasil. Chegou como missionário à Bahia e logo deu início ao seu trabalho de catequese com os índios. Anchieta adentrou pelo território, aprendeu a língua tupi, catequisou e ensinou latim aos índios, ao mesmo tempo em que lhes ensinava noções de higiene, medicina, música e literatura. Esta experiência com os povos nativos lhe permitiu escrever a primeira gramática tupi-guarani.

No dia da comemoração de São Paulo – 25 de janeiro – no ano de 1555, inaugurou o colégio que ajudou a construir no planalto de Piratininga, na capitania de São Vicente. Ali, no pátio do colégio jesuíta foi onde se fundou a atual cidade de São Paulo.

Em 1565, foi enviado ao Rio do Janeiro, onde colaborou na construção de um colégio e do primeiro hospital da cidade, conhecido como “A Casa da Misericórdia”. Logo, foi ordenado sacerdote.

Voltou a São Vicente e durante um período de seis anos colaborou no colégio, além de realizar um importante trabalho apostólico e literário. Entre 1577 e 1587, foi designado superior dos jesuítas no Brasil, incentivando ainda mais o trabalho nas escolas e a catequese com as crianças.

Anchieta viajou por todo o país orientando os trabalhos missionários, como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, entre outros. Fiel à doutrina e à sua congregação, era um homem dócil ao Espírito Santo e se consumiu por inteiro em sua missão.

Faleceu no dia 9 de junho de 1597, aos 63 anos, na vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo. No dia 10 de agosto de 1736, o Papa Clemente XII o declarou Venerável. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II no dia 22 de junho de 1980.

O Papa Francisco, no dia 3 de abril de 2014, no uso de suas faculdades de Sumo Pontífice da Igreja Católica, dispensou o milagre e inscreveu José de Anchieta no Livro dos Santos, estendendo o culto do jesuíta à Igreja universal.

Durante a 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em abril de 2015, São José de Anchieta foi declarado copadroeiro do Brasil.

Fonte: ACI digital

São José de Anchieta era devoto da Virgem Maria e dedicou a ela milhares de versos
São José de Anchieta. Foto: Divulgação / Museu de Anchieta

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Jun. 19 / 07:00 am (ACI).- São José de Anchieta, cuja memória litúrgica é recordada neste dia 9 de junho, além de Apóstolo do Brasil, ficou conhecido como o Poeta da Virgem Maria, por sua devoção mariana e obras dedicadas à Mãe de Deus.

Nascido em 19 de março de 1534 em San Cristóbal de La Laguna (Tenerife), José de Anchieta cultivou a devoção mariana desde jovem. Com apenas 16 anos, fez um voto de castidade diante da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, consagrando sua virgindade à Maria.

Mais tarde, ingressou na Companhia de Jesus e viajou como missionário para o Brasil, onde colaborou na fundação de importantes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, além de seu trabalho incansável na catequese dos índios.

Autor de inúmeras obras, dedicou algumas delas à Nossa Senhora, como “Na aldeia de Guaraparim”, “Dia da Assunção em Reretiba” e “Na visitação de Santa Isabel”. Mas, de todas, a que se tornou mais conhecida é o “Poema à Virgem Maria”, o qual está ligado a um importante momento de sua vida em que renovou aquele voto feito ainda jovem diante da Virgem Maria.

Ao narrar a história deste santo, Padre Paulo Ricardo recorda em artigo publicado em seu site que, entre 1555 e 1560, franceses tentaram estabelecer uma colônia no Brasil e aproveitaram da rivalidade entre os índios para cooptar algumas tribos, que integraram a “Confederação dos Tamoios”.

“Para apaziguar o conflito eminente – que também se revestia de oposição religiosa, já que uma vitória dos franceses significaria um triunfo do protestantismo –, o padre [Manuel] da Nóbrega e o irmão Anchieta dirigiram-se à região de Iperoig – hoje, Ubatuba – e estabeleceram negociações com os indígenas”.

Embora as negociações não avançassem, “o impulso missionário de Anchieta não cessava de engendrar novos cristãos”. Até que Pe. Manuel da Nóbrega teve que deixar Anchieta sozinho entre os tupinambás.

“Ali, cercado por uma cultura completamente avessa à cristã e rodeado por índias que andavam nuas à beira do mar, São José de Anchieta fez resplandecer o brilho da castidade: em voto a Nossa Senhora, prometeu que contaria a Sua vida em versos, caso ela guardasse intacta a sua pureza”, narra o artigo de Pe. Paulo Ricardo.

Foi então que Anchieta escreveu nas areias da praia 5786 versos em honra à Mãe de Deus e decorou-os antes de passá-los para o papel.

A seguir, confira um dos trechos do “Poema à Virgem Maria”, no qual São José de Anchieta recorda o sofrimento vivido pela Mãe de Deus ao viver os momentos da Paixão de seu Filho.

Ó doce chaga, que repara os corações feridos,
Abrindo larga estrada para o Coração de Cristo.
Prova do novo amor que nos conduz a união! (Amai uns aos outros como EU vos amo)
Porto do mar que protege o barco de afundar!

Em Ti todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:
Tu, Senhor, és medicina presente a todo mal!
Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:
A dor da tristeza coloca um fardo no coração!

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,
Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!
Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,
Jorrando água para a vida eterna!

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,
Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.
Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,
Para que possa viver no Coração do meu Senhor!

Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,
Este será meu repouso, a minha casa preferida.
No sangue jorrado redimi meus delitos,
E purifique com água a sujeira espiritual!

Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,
Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.

Fonte: ACI digital

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