Arcebispo Fulton Sheen profetizou sobre os tempos de hoje?


Papa João Paulo II abraçando o Arcebispo Fulton Sheen na Catedral de São Patrício, em Nova York, em 2 de outubro de 1979 / Crédito: Fundação Sheen

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Jul. 19 / 09:19 am (ACI).- Em um discurso há 72 anos, o Arcebispo norte-americano Fulton Sheen, que em breve será beatificado pelo Vaticano, profetizou muitos dos problemas vividos pelo mundo pós-moderno como o mal do aborto ou a ruptura da instituição familiar.

"Estamos no fim da cristandade", disse o Arcebispo Fulton Sheen durante uma transmissão de rádio em 26 de janeiro de 1947; depois, esclareceu que não estava se referindo ao cristianismo ou à Igreja, mas à cristandade como "uma vida econômica, política e social inspirada por princípios cristãos".

"Isso está terminando, nós o temos visto morrer. Veja os sintomas: a ruptura da família, o divórcio, o aborto, a imoralidade, a desonestidade geral", disse o Prelado.

Naquele momento, perguntou-se: "Por que tão poucos percebem a gravidade de nossa atual crise?". E respondeu: "Em parte porque os homens não querem acreditar que seus próprios tempos são ruins, em parte porque envolve demasiada autoacusação e, principalmente, porque não têm padrões fora de si mesmos para avaliar seu tempo".

"Somente aqueles que vivem pela fé sabem realmente o que está acontecendo no mundo. As grandes massas sem fé estão inconscientes dos processos destrutivos que ocorrem", afirmou.

O Arcebispo Sheen se perguntou se o mundo é consciente dos sinais dos tempos, porque "os dogmas básicos do mundo moderno se dissolveram diante de nossos olhos". Assegurou que estes foram substituídos por suposições que vêm da mente do homem.

Em primeiro lugar, que "não há outra função na vida que a de produzir e adquirir riqueza". Segundo, "a ideia de que o homem é naturalmente bom e não precisa de um Deus que lhe dê direitos, ou de um Redentor que o salve da culpa, porque o progresso é automático graças à educação e à evolução da ciência, que algum dia fará do homem uma espécie de deus".

Finalmente, outra suposição abrange a ideia de que a "razão" não é feita para "descobrir o significado e propósito da vida, ou seja, a salvação da alma, mas simplesmente planejar novos avanços técnicos".

"A tecnologia não está avançando a um ritmo vertiginoso, exigindo a obediência de grande parte da população?", perguntou-se o Arcebispo Sheen.

Em seguida, o Arcebispo disse que o futuro terá dois tipos de pessoas: aquelas seguidoras do Deus que se fez homem e outros homens que "se fazem deus".

Mesmo naquela época de 1947, o Arcebispo Sheen criticou "a mediocridade e o compromisso que caracterizam as vidas de muitos cristãos".

"Muitos leem os mesmos romances que os pagãos modernos, educam seus filhos da mesma forma ímpia, escutam os mesmos comentaristas que não têm outra norma a não ser julgar hoje por ontem e amanhã por hoje, permitem que práticas pagãs, como divórcio e novos casamentos sejam introduzidos na família; não faltam os chamados líderes operários católicos que recomendam comunistas para o Congresso ou escritores católicos que aceitam as presidências nas organizações da frente comunista para inculcar ideias totalitárias nos filmes", criticou.

Também reconheceu que "não há mais conflito e a oposição que supostamente deve caracterizar" os católicos, os quais estão "influenciando no mundo menos do que o mundo os influencia".

Em outro momento, o Arcebispo Sheen fez uma descrição dos cristãos atuais, ou seja, pessoas que defendem a fé, a vida e o matrimônio.

"O mal deve vir para nos rejeitar, desprezar, para nos odiar, para nos perseguir, e depois definiremos nossas lealdades, afirmaremos nossas alianças e afirmaremos de que lado estamos. Como se manifestarão as árvores fortes e fracas se o vento não soprar? Nossa quantidade diminuirá, mas nossa qualidade aumentará. Então, serão verificadas as palavras do Nosso Mestre: Aquele que não se reúne comigo , se dispersa”, indicou.

Como os profetas de antigamente, o Arcebispo Sheen permaneceu firme na esperança, dando recomendações práticas que hoje são tão atuais quanto eram em 1947.

Primeiro, que os cristãos "devem perceber que um momento de crise não é um momento de desespero, mas de oportunidades" e "quanto mais pudermos antecipar o destino, mais poderemos evitá-lo".

O Arcebispo Sheen também ofereceu este grande alento cheio de esperança: "Uma das surpresas do céu será ver quantos santos foram feitos em meio ao caos, à guerra e à revolução".

Sheen exortou todas as pessoas a rezarem: "As forças do mal estão unidas; as forças do bem estão divididas. É possível que não possamos nos reunir no mesmo banco, mas podemos nos encontrar de joelhos”.

Em outro momento, afirmou que "o problema mais importante no mundo de hoje é a sua alma, porque é disso que se trata a luta".

Finalmente, pediu para buscar os sacramentos, rezar o Terço em família, participar da Hora Santa e invocar a proteção de São Miguel Arcanjo. (Fonte: ACI digital)



Aprovam milagre que fará beato Arcebispo estrela de televisão

Vaticano, 08 Jul. 19 / 09:30 am (ACI).- O Papa Francisco aprovou na sexta-feira, 5 de julho, o milagre atribuído à intercessão do Arcebispo Fulton Sheen, o que permitirá que o famoso evangelizador dos meios de comunicação nos Estados Unidos seja declarado beato.

A Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano promulgou o decreto que aprovou o milagre do Arcebispo Sheen em 6 de julho.

O milagre envolve a recuperação inexplicável de James Fulton Engstrom, uma criança da cidade de Goodfield, no Condado de Peoria, Illinois, que aparentemente nasceu morto em setembro de 2010.

O pequeno não mostrava sinais de vidaquando os profissionais médicos tentaram reanimá-lo. No entanto, a mãe e o pai da criança, Bonnie e Travis Engstrom, rezaram ao Arcebispo Sheen para curar seu filho e o milagre ocorreu.

Uma equipe de sete especialistas médicos que assessoraram a Congregação vaticana para as Causas dos Santos aprovou unanimemente o milagre em março de 2014.

O Arcebispo Sheen foi um catequista de televisão muito querido nas décadas de 1950 e 1960 nos Estados Unidos. Seu programa de televisão foi o vencedor de um prêmio Emmy "Life is Worth Living" e alcançou milhões de pessoas.

O Arcebispo Sheen foi ordenado sacerdote da Diocese de Peoria, Illinois, aos 24 anos, e foi nomeado Bispo Auxiliar de New York em 1951, onde permaneceu até sua nomeação como Bispo de Rochester, Nova York, em 1966. Aposentou-se em 1969 e retornou para Nova York, onde morou até sua morte em 1979.

Em 27 de junho, os restos mortais de Dom Fulton Sheen foram transferidos da Arquidiocese de Nova York para Peoria, Illinois, após uma longa batalha judicia, sobre o sepultamento do arcebispo, que colocou a causa de beatificação em espera.

A Diocese de Peoria abriu a causa de beatificação de Dom Fulton Sheen em 2002, depois que a Arquidiocese de Nova York disse que não iria explorar o caso. Em 2012, Bento XVI reconheceu as virtudes heroicas do Arcebispo.

Em setembro de 2014, o Bispo de Peoria, Dom Daniel Jenky, suspendeu a causa de Fulton Sheen, alegando que a Santa Sé esperava que restos mortais dele estivessem na Diocese de Peoria.

A sobrinha de Fulton Sheen, Joan Cunningham entrou com uma ação legal pedindo que os restos mortais dele fossem transferidos para a Catedral de Santa Maria, em Peoria. A Arquidiocese de Nova York apelou diversas vezes dessa tentativa de transferir os restos mortais.

Em 7 de junho, o Tribunal de Apelações de Nova York rejeitou a apelação final da decisão do Supremo Tribunal de Nova York que confirmava o pedido de Cunningham e mais tarde, naquele mês, os restos mortais de Dom Sheen foram transferidos para Peoria.

A data da beatificação do Arcebispo Sheen ainda não foi estabelecida. Aparentemente, outro milagre atribuído ao Arcebispo Sheen levaria no futuro à sua canonização.

Fonte: ACI digital

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