Padre Fernando Cárdenas Lee, Foyer de Charite | Mar 30, 2020
Descubra a ajuda e a presença desses seres espirituais que estão em nosso meio e nos cercam, dando-nos toda a sua assistência e ajuda
A pandemia do coronavírus colocou diante de nós todo um mundo invisível, um mundo que não podemos ver com nossos olhos.
É que os vírus são entre 500 e 1000 vezes menores que uma célula do nosso corpo. Eles só podem ser vistos com microscópios especiais.
A humanidade da imagem, a humanidade que vê tudo, agora enfrenta um agente infeccioso que não vê. Talvez seja um convite a tomar a iniciativa de São Paulo na carta aos coríntios:
“Porque não miramos as coisas que se vêem, mas sim as que não se vêem. Pois as coisas que se vêem são temporais e as que não se vêem são eternas” (2 Cor 4, 17).
É preciso voltar o coração para as coisas invisíveis, lembrando novamente que existe um mundo visível e um invisível, como professamos no Credo.
Esse mundo invisível existe, embora não o vejamos, e age em nosso meio.
Dentro desse mundo invisível estão aqueles bons amigos que são os santos anjos e que vêm cuidar de nosso corpo e alma.
Nós não os vemos com nossos olhos, mas, como John Henry Newman diz, “embora sejam tão grandiosos, tão gloriosos, tão puros e tão bonitos, que a própria visão deles, se pudéssemos vê-los, nos derrubaria no chão, como aconteceu com o profeta Daniel, tão santo e reto como ele era, mas eles são nossos servos e companheiros, e observam atentamente e defendem os mais humildes de nós, se somos de Cristo.”
É hora de olhar para essa realidade invisível, invocar os anjos e pedir ajuda, conforto, orientação e força nesses tempos de tribulação, confusão e até mesmo de combate espiritual.
Por esse motivo, convido você a levantar os olhos, elevar o coração e descobrir a ajuda e a presença desses seres espirituais que estão em nosso meio e nos cercam, dando-nos toda a assistência e ajuda.
Nesse momento em que o homem toma conhecimento e evita entrar em contato com um agente inferior, como um vírus, por que negar ou por que é tão difícil aceitar a importância e a necessidade de se relacionar com criaturas superiores, como os anjos?
Quando erguermos os olhos e olharmos mais longe, descobriremos que a harmonia na criação, de acordo com o que a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja nos ensinam, é mantida pela obra dos anjos.
Voltemos a John Henry Newman, ao dizer que “o curso da natureza, que é tão maravilhoso, tão bonito e tão assustador, é operado pelo ministério desses seres invisíveis. A natureza não é inanimada, seu trabalho diário é inteligente, suas obras são serviço dos anjos, ministros de Deus”.
Vamos buscá-los para pedir sua intercessão, para restaurar a ordem e a harmonia na criação chamada a manifestar a glória de Deus.
Eles conhecem incomparavelmente melhor que o homem o mundo material e suas leis, conhecem os seres inferiores, o vírus e conhecem sua estrutura e a maneira de eliminá-lo.
Lembre-se do anjo no tanque de Betesda, que, movendo suas águas, deu-lhe um poder medicinal (cf. Jo 5, 4). Lembre-se de que Deus deu ordens aos seus anjos para nos guardarem em seus caminhos e nos livrarem da praga fatal (cf. Salmo 91).
Os anjos exercitam sobre a criação material um império misterioso que se estende por toda a criação e supera todo o conhecimento humano no campo científico e técnico.
De acordo com a tradição da Igreja Oriental, São Miguel Arcanjo tem a missão de ajudar os doentes. Esta missão está harmoniosamente ligada à tarefa de buscar o bem-estar daqueles a quem foi encarregada de proteger.
Houve vários episódios em que esse glorioso arcanjo, chefe da milícia celestial, interveio, libertando a humanidade da praga fatal.
Como exemplo, lembremos o testemunho do historiador Sozomeno, do século V, que relata que em Constantinopla havia uma igreja dedicada a São Miguel: “todos os que sofreram grandes dores ou sofreram doenças incuráveis foram ao templo rezar e logo foram libertados de seus sofrimentos.”
Da mesma forma, durante o pontificado de São Gregório Magno, no ano de 590, apareceu uma terrível praga que estava tirando muitas vidas na cidade de Roma.
O Papa ordenou a realização de uma procissão penitencial em Santa Maria Maior, algo semelhante ao que nosso Papa Francisco fez há alguns dias.
Gregório Magno carregava uma estátua da Virgem durante a procissão. Quando chegaram à ponte sobre o rio Tevere, ouviram o canto de anjos e, de repente, no castelo que hoje se chama Castel Sant’Angelo, apareceu São Miguel, que carregava uma espada na mão. Nesse momento, a praga terminou.
Os cristãos do Egito consagraram o rio Nilo, considerado o rio da vida, à proteção deste grande príncipe arcanjo.
É que São Miguel Arcanjo está profundamente interessado em todos os assuntos de seus protegidos, particularmente nas calamidades que os afetam. São Miguel responde a pedidos de socorro e ajuda do povo.
Portanto, nestes tempos, dirijamo-nos a este grande protetor, este grande príncipe e chefe do exército celestial, e experimentaremos, se for a vontade de Deus, sua ajuda, proteção e assistência, levando sobre nós as graças regeneradoras do precioso sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nestes tempos, vamos elevar esta oração a este bom Arcanjo:
Ó glorioso São Miguel Arcanjo,
príncipe e líder dos exércitos celestiais,
guardião e defensor das almas,
guardião da Igreja,
vencedor, terror e espanto dos espíritos infernais rebeldes.
Humildemente te rogamos,
digne-se de livrar de todo mal aqueles a quem lhe entregamos com confiança;
Que seu favor nos proteja, sua fortaleza nos defenda
e que, através de sua proteção incomparável
avancemos cada vez mais no serviço do Senhor;
Que sua virtude nos fortaleça todos os dias de nossas vidas,
especialmente no momento da morte,
de modo que, defendidos pelo seu poder
do dragão infernal e todas as suas emboscadas,
quando sairmos deste mundo
sejamos apresentados por ti,
livre de toda culpa, diante da Divina Majestade.
Fonte: Aleteia
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