REDAÇÃO CENTRAL, 16 Mar. 20 / 10:20 am (ACI).- A pandemia de coronavirus COVID-19 levou mais países a declararem o estado de emergência para evitar o aumento de infectados, e os bispos a tomarem medidas para prevenir mais casos entre os católicos, sem descuidar a atenção pastoral dos fiéis.
Entretanto, não é a primeira vez que a Igreja se enfrenta a uma emergência sanitária generalizada, pois em meados do século XIV a praga considerada “a catástrofe maior da história”, chamada “peste negra”, devastou a Europa e deixou 50 milhões de falecidos, cerca de 60% da população, uma taxa de mortalidade muito maior que o coronavirus até o momento.
Durante esta época, os fiéis pediram a intercessão de 14 Santos contra a praga e outras desgraças.
De acordo como o Novo Movimento Litúrgico, a devoção a estes 14 Santos se iniciou na Alemanha, onde lhes chama “Nothelfer”, que significa “auxiliadores na hora da necessidade”. À medida que a peste ressurgiu ao longo das décadas, a devoção a estes “Santos auxiliadores” se estendeu a outros países e o Papa Nicolau V declarou que toda devoção vinha com indulgências especiais. A introdução à festa dos “Santos auxiliares” se encontra no Missal de Cracóvia de 1483.
“A missa dos 14 Santos ajudantes aprovada por Nicolau V, é fundamental para quem tem grandes enfermidades, angústias, tristeza ou qualquer tribulação. É importante também para os detidos e prisioneiros, bem como para comerciantes e peregrinos, para os que foram sentenciados a morte e estão em guerra, para as mulheres que lutam no parto ou com um aborto espontâneo, pelo perdão dos pecados e pelos falecidos.”
No dia 8 de Agosto se celebra estes “Santos auxiliares” em alguns lugares. À continuação você conhecerá quem são estes santos e verá uma curiosidade, dentre eles, 13 foram mártires.
São Jorge: Foi um mártir do século IV e soldado do exército durante a perseguição aos cristãos pelo imperador Diocleciano. Ele se negou a prender cristãos e oferecer sacrifícios aos deuses romanos, por isso foi torturado e executado. Invocado contra enfermidades da pele e paralisia.
São Brás: Foi um mártir do século IV e bispo de Armênia que fugiu ao bosque para evitar a morte durante a perseguição contra os cristãos, mas o encontraram e prenderam. Um dia, uma mãe e seu filho que tinha um osso entupido em sua garganta o visitaram e, com sua bênção, o osso se desprendeu e o menino se salvou. O governador da Capadócia o obrigou renunciar à fé e sacrificar animais aos deuses pagãos e ao negar-se foi torturado e decapitado. Invocam-no contra os males na garganta.
São Erasmo: Foi bispo em Formia (na Itália) no século IV, durante o governo de Diocleciano. Conta a lenda que o santo, chamado São Elmo, fugiu à montanha e sobreviveu alimentado por um corvo até que o prenderam e encarceraram. Escapou a prisão com a ajuda de um anjo e tempo depois, torturaram-no com barras quentes. Alguns relatos dizem que foi sanado milagrosamente e morreu por causas naturais, e outros, que as feridas foram a causa de seu martírio. Invocam-no para os que sofrem dores e transtornos no estômago, e pelas mulheres em trabalho de parto.
São Pantaleão: Foi um mártir do século IV açoitado por Diocleciano, filho de um pagão rico e instruído no cristianismo por sua mãe e um sacerdote. Trabalhou como médico do imperador Maximiano, mas seus companheiros, ciumentos de sua rica herança, denunciaram-no ao imperador. Negou-se a adorar falsos deuses, foi torturado e tentaram assassiná-lo de várias maneiras: queimaram-lhe com tochas, banharam-no em chumbo líquido e o jogaram no mar amarrado a uma pedra, mas sempre foi resgatado da morte por Cristo, quem lhe aparecia como um sacerdote. Foi decapitado logo depois de desejar seu próprio martírio. Invocam-no como padroeiro dos médicos e parteiras.
São Vito: Mártir do século IV açoitado pelo Diocleciano, filho de um senador na Sicilia e cristã graças à influência de uma enfermeira. Contam que irritou os pagãos por inspirar muitas conversões e fazer milagres. Foi condenado à morte junto a uma enfermeira cristã e seu marido por negar-se a renunciar a sua fé. Buscaram matá-los muitas vezes, inclusive tentaram jogá-los aos leões no Coliseu Romano, mas foram milagrosamente libertados, até que finalmente, foram executados. Invocam-no contra a epilepsia e enfermidades do sistema nervoso.
São Cristóvão: Foi um mártir do século III, chamado originalmente Reprobus, filho de pagãos, que prometeu seu serviço ao rei. A conversão do rei e o ensino de um monge fizeram que se tornasse cristão, e usou sua força e músculos para ajudar pessoas a cruzarem um rio de uma margem à outra. Uma vez carregou um menino que lhe disse que era Cristo e lhe disse que seria chamado “Cristóvão” ou “Aquele que carrega Cristo”. O encontro encheu o santo de zelo missionário e quando retornou a seu lar na Turquia, converteu a quase 50 mil pessoas. O imperador Décio ordenou prendê-lo, encarcerá-lo e torturou-o de muitas formas, incluindo disparos com flechas. Foi decapitado no ano 250. Invocam-no como padroeiro para obter uma santa morte, contra a epilepsia e as dores de dente.
São Denis: Alguns afirmam que São Paulo o converteu ao cristianismo em Atenas e logo se converteu no primeiro bispo de Paris no século I. Outros, que foi bispo e mártir do século III. Foi um zeloso missionário que chegou à França, onde o decapitaram no Montmartre”, o Monte dos Mártires, onde muitos cristãos foram mortos por sua fé. É invocado contra ataques demoníacos.
São Ciríaco: Este diácono foi mártir do século IV, mas foi favorecido pelo Imperador Diocleciano depois de curar a sua filha e um amigo do imperador em nome de Jesus. De acordo com o site “catholicism.org” e ao livro The Fourteen Holy Helpers”, depois da mote de Dioclesiano, seu sucessor Maximiano aumentou a perseguição de cristãos e o encarcerou, torturou e finalmente o decapitou por jamais ter renunciado ao cristianismo. É o padroeiro dos enfermos que sofrem males da vista.
São Acácio: Mártir do século IV durante o governo de Galerius. A tradição diz que quando foi capitão da força armada de Roma escutou uma voz que lhe disse: “Clama ao Deus Cristão por ajuda”, logo se batizou. Converteu soldados do exército, até que o denunciaram e enviaram ao tribunal onde se negou a renunciar a sua fé. Torturaram-no, mas de forma milagrosa foi curado várias vezes até que o decapitaram no ano 311. Consideram-no padroeiro dos que sofrem dores de cabeça.
Santo Eustáquio: Mártir do século II açoitado por Trajano, Imperador de Roma. De acordo com a tradição, foi um general das forças armadas convertido ao cristianismo ao ter uma visão do crucifixo, que apareceu entre os chifres de um cervo enquanto caçava. Converteu a sua família e junto a sua esposa foram queimados até a morte depois de recusar-se a participar de uma cerimônia pagã. Invocam-no contra os incêndios.
São Gil: É o único dos “Santos auxiliadores” que não foi mártir. Apesar de nascer para ser nobre, São Gil se converteu em monge no século VII em Atenas. Logo, sob o governo de São Bento, retirou-se ao deserto para fundar um monastério. Foi reconhecido por sua santidade e milagres que realizou. Morreu pacificamente perto do ano 712. É invocado para a cura de pessoas com enfermidades devastadoras.
Santa Margarida de Antioquia: Mártir do século IV perseguida por Diocleciano. Seu pai a repudiou por converter-se ao cristianismo graças a sua enfermeira. Foi uma virgem consagrada que, enquanto cuidava rebanhos de ovelhas, foi vista por um romano que a obrigou a ser sua esposa ou concubina. Quando ela o rechaçou, levou-a à corte dos nobres onde foi ameaçada de morte se não deixasse a fé cristã, e, como se recusou, queimaram-na e ferveram-na viva, mas, milagrosamente saiu ilesa de ambos os castigos. Finalmente, foi decapitada. Invocam-na como padroeira das mulheres grávidas e dos que sofrem enfermidades dos rins.
Santa Bárbara: Embora pouco conhecida, acredita-se que esta santa mártir do século III foi filha de um homem rico e zeloso. Quando lhe confessou que se converteu ao cristianismo, seu próprio pai a denunciou e a levou perante as autoridades locais, que ordenaram que fosse torturada e decapitada. Dizem que seu próprio pai a decapitou e logo, foi atingido por um raio. É invocado contra as tormentas e incêndios.
Santa Catarina de Alexandria: Mártir do século IV convertida depois de uma visão de Cristo e Maria. Foi filha da rainha do Egito, quem se converteu depois de sua morte. Quando Maximiano começou a perseguir cristãos no Egito, Catarina o repreendeu e tentou lhe demonstrar que seus deuses eram falsos. Debateu com os melhores eruditos do imperador e alguns se converteram devido a seus argumentos; entretanto, foi açoitada, encarcerada e decapitada. É a santa padroeira dos filósofos e dos jovens estudantes.
Fonte: ACI digital
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