ASSUNÇÃO, 21 Abr. 20 / 12:11 pm (ACI).- O Arcebispo de Assunção (Paraguai), Dom Edmundo Valenzuela, indicou que a Igreja não pode "viver de eucaristias virtuais" e informou que estão conversando com as autoridades para reabrir as igrejas em pequenos grupos e com as medidas sanitárias para impedir a propagação do coronavírus.
“Estamos conversando com as autoridades nacionais para abrir os templos e assim, com as precauções sanitárias tanto pessoal como ambiental, poder celebrar os sacramentos em pequenos grupos. Sem dúvida, será uma grande oferta de cura para muitos cristãos”, afirmou o Arcebispo, que animou a celebrar os sacramentos o mais rápido possível, quando termine a quarentena pelo coronavírus COVID-19.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Paraguai atualmente tem 206 casos confirmados de coronavírus e oito mortes pela doença.
Em 10 de março, o governo do país declarou quarentena parcial, que suspendeu as aulas em nível nacional e todas as atividades que envolviam aglomeração de pessoas. No entanto, devido ao aumento de casos, a quarentena total no Paraguai foi estabelecida até 26 de abril.
Em sua homilia no Domingo da Divina Misericórdia, em 19 de abril, o Prelado indicou, em relação à passagem do Evangelho de São João, que, frente ao medo que os apóstolos sentem, Jesus ressuscitado se apresenta com uma saudação de paz, “que é toda bênção de amor e misericórdia”, e sopra sobre eles o Espírito Santo.
"Que coincidência, também nós estamos com as portas fechadas, por medo do contágio. Jesus saúda cada um de nós, deseja-nos a paz, ou seja, todo o bem que procede de Deus e da vida”, destacou.
O Prelado destacou que este domingo tocou a vida dos cidadãos com força, em meio à atual pandemia que “desestabilizou a sociedade” e criou desconfiança nas relações sociais.
"Não podemos sair como antes, porque poderíamos nos contagiar", afirmou. "Fazem com que os avós sintam temor dos netos. Os netos já descartaram seus avós. Assim o descarte começou a adquirir mais força”, acrescentou.
Por isso, Dom Valenzuela indicou que esse "terrível mal psicológico e social" influenciou a cultura, a sociedade e a própria Igreja, onde, infelizmente, sem comunidade, os fiéis se sentem "afastados, distantes, virtualmente próximos, mas fisicamente pensamos que o outro é um inimigo".
“Mais do que nunca, a Igreja precisa recuperar a experiência da comunidade. Não podemos viver de eucaristias virtuais", destacou o Prelado.
Dom Valenzuela assinalou que a Igreja tem "força suficiente para curar como os médicos, eles curam o corpo, mas não basta", é necessário reunir as pessoas, que é a "missão da Igreja, que significa comunidade".
“Devemos retornar o quanto antes à celebração dos sacramentos, especialmente o da Reconciliação e o da Eucaristia. Devemos retornar o mais rápido possível a essa vida da Igreja", enfatizou.
Dom Valenzuela destacou o crescimento na fé dos primeiros cristãos, que encontraram na vivência em comunidade “a fonte da oração, da partilha e da fração do pão ou eucaristia familiar”.
Da mesma forma, o Prelado assinalou que, embora seja necessário voltar a celebrar a Santa Missa, os cuidados de saúde devem ser respeitados, "tanto no nível dos templos que devem ser abertos, como das pessoas e grupos reduzidos participando das celebrações”.
Finalmente, incentivou a pedir a fé pascal, para que, como Nossa Senhora, os fiéis saibam vencer o medo, e deixar de colocar “em perigo a fé da Igreja, sua comunidade como Corpo de Cristo”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Fonte: ACI digital
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