Por que e como o Sagrado Coração de Jesus deve ser consolado


Edifa | Jun 19, 2020

Muitas vezes pedimos a Jesus o consolo. No entanto, ele também precisa ser consolado porque, além de ter carregado nossos pecados em seu corpo, na Cruz, ele ainda continua sofrendo em seus membros. Mas como podemos consolar a Deus?

A Solenidade do Sagrado Coração nos convida a meditar sobre “este coração que amou tanto os homens que nada poupou até ficar exausto e consumido para lhes mostrar o seu amor”, nas palavras de Jesus para Santa Margarida Maria Alacoque.

E Jesus acrescentou: “Em troca, recebo da maioria deles apenas ingratidão, através da frieza e desprezo que eles têm por mim neste sacramento de amor“, a Eucaristia.

Mas será que nós podemos realmente consolar hoje aquele que sofreu dois mil anos atrás? Por que e como consolar aquele que agora vive no Céu, em felicidade eterna?

“Procurei alguém para me consolar e não encontrei ninguém”

Somos convidados a redefinir a relação entre o tempo histórico e o eterno presente de Deus. Existe, portanto, uma misteriosa contemporaneidade entre os eventos da vida de Cristo e nossa própria história, para que o evento histórico se junte a nós hoje em nossa própria realidade.

Assim, o sacrifício eucarístico torna realmente presente o sacrifício da cruz. Além disso, as Escrituras nos lembram que Cristo carregou os nossos pecados, em seu corpo, ao madeiro (1 Pedro 2, 24). É por isso que a Igreja nunca esqueceu que os pecadores foram os autores e instrumentos de todas as tristezas que o divino Redentor suportou.

Se foram “nossos sofrimentos que ele suportou, nossas dores pelas quais ele foi acusado” (Is 53, 4), podemos então entender que também são nossos atos de amor, nossas ofertas, nosso “sim” que, inversamente, pode trazer conforto a Cristo no momento de sua paixão.

O versículo 21 do Salmo 68 marcou profundamente Santa Teresa de Calcutá: “Procurei alguém para me consolar, e não encontrei ninguém”. Ela acrescentou com sua própria mão ao lado deste texto: “Seja essa pessoa!”.

O Papa Pio XI concluiu esta reflexão assim: “Se, por causa de nossos pecados futuros, a alma de Cristo ficou triste até a morte, não resta dúvida de que, a partir daquele momento, ele também recebeu algum consolo pelos nossos atos de reparação. De forma que possamos e devemos, agora, consolar este sagrado Coração”.

Cristo continua a sofrer em seus membros

Nossos atos de amor, portanto, ajudam a consolar Jesus dos nossos pecados que o pregaram na cruz. Este consolo é feito especialmente na adoração eucarística, a Hora Santa na presença do “sacramento do Coração de Jesus”.

“É aí que a Igreja procura constantemente esta hora perdida no Jardim das Oliveiras, perdida por Pedro, Tiago e João, para reparar esta deserção e essa solidão de Jesus”, disse São João Paulo II.

Além disso, é necessário considerar Cristo como um “todo”: cabeça e corpo. São Paulo, que caiu do cavalo, perguntou: “Quem é você, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você persegue” (Atos 9, 5).

O próprio Jesus nos ensinou: “Tudo o que fizestes pelo menor dos meus irmãos, fizestes a mim”. Assim, Cristo continua a sofrer em seus membros, em todos os nossos irmãos e irmãs da humanidade. E a consolação do Coração de Cristo passa pela consolação desses irmãos e irmãs.

Padre Nicolas Buttet

Fonte: Aleteia

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