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Philip Kosloski | Jul 27, 2020
A meditação cristã pode ser uma forma de oração, mas depende do contexto e da intenção
Oração e meditação são dois termos espirituais frequentemente usados de forma intercambiável. No entanto, oração e meditação são a mesma coisa?
No Catecismo da Igreja Católica, a oração é definida como qualquer ação interior para elevar nossa mente e nosso coração a Deus:
“A oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido feito a Deus de bens convenientes». De onde é que falamos, ao orar? Das alturas do nosso orgulho e da nossa vontade própria, ou das «profundezas» (Sl 130, 1) dum coração humilde e contrito? Aquele que se humilha é que é elevado. A humildade é o fundamento da oração. «Não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser» (Rm 8, 26). A humildade é a disposição necessária para receber gratuitamente o dom da oração: o homem é um mendigo de Deus” (CIC 2559).
Por outro lado, a meditação seria mais focada em um pensamento ou tema espiritual específico:
“A meditação é sobretudo uma busca. O espírito procura compreender o porquê e o como da vida cristã, para aderir e corresponder ao que o Senhor lhe pede. Exige uma atenção difícil de disciplinar. Habitualmente, recorre-se à ajuda dum livro e os cristãos não têm falta deles: a Sagrada Escritura, em especial o Evangelho, os santos ícones (as imagens), os textos litúrgicos do dia ou do tempo, os escritos dos Padres espirituais, as obras de espiritualidade, o grande livro da criação e o da história, a página do «hoje» de Deus” (CIC 2705).
A meditação, na tradição católica, envolve mais o intelecto do que a “oração” geral, mas pode-se dizer que a meditação é uma forma de oração:
“A meditação põe em acção o pensamento, a imaginação, a emoção e o desejo. Esta mobilização é necessária para aprofundar as convicções da fé, suscitar a conversão do coração e fortalecer a vontade de seguir a Cristo. A oração cristã dedica-se, de preferência, a meditar nos «mistérios de Cristo», como na « lectio divina» ou no rosário. Esta forma de reflexão orante é de grande valor, mas a oração cristã deve ir mais longe: até ao conhecimento amoroso do Senhor Jesus, até à união com Ele”. (CIC 2708)
Portanto, podemos entender que a meditação cristã normalmente é uma oração, mas a oração nem sempre é uma meditação. Podem haver muitas semelhanças, mas isso depende das circunstâncias e do contexto.
Fonte: Aleteia
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