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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 29/09/20
Sempre poderemos colocar nas Chagas de Jesus as nossas chagas e vergonhas
Eterno Pai, eu Vos ofereço as Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, as Santas Chagas da nossa redenção, para a nossa salvação e cura de nossas feridas.
Perceba filho, a profundidade dessa devoção: sobre o madeiro, Jesus levou nossos pecados, por isso ter um crucifixo dentro de casa não é idolatria, tanto que os santos quando passavam perto de um crucifixo beijavam as Santas Chagas.
Não por acaso que na Sexta-feira Santa, na Celebração da Paixão do Senhor, a Cruz é levantada por três vezes para ser adorada. Sim, eu não errei na palavra adoracion, e depois dessa apresentação à assembleia, o sacerdote se prostra no chão, para em seguida beijar as Santas Chagas do Crucificado.
O sentido não é adorar a cruz pela cruz, mas o madeiro onde esteve nosso Salvador, onde verteu Seu Sangue que nos purificou. Sobre o madeiro levou os nossos pecados, em Seu próprio corpo, a fim de que mortos para os nossos pecados, vivêssemos para a justiça.
“Carregou os nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro para que, mortos aos nossos pecados, vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados”. (Is 53,5) A profecia de Isaías é citada por São Pedro com seu cumprimento em Jesus Cristo. Na sua Cruz Cristo levou tudo que nos impedia da vida de filhos de Deus.
Apesar de nossa inclinação original para o pecado, sempre estará presente o ato redentor de Cristo e nas Suas Chagas podemos nos refugiar, colocando nas Suas Chagas as nossas chagas e vergonhas, como maravilhosamente definiu São Bernardo de Claraval, em um de seus sermões: “Onde encontrar repouso tranquilo e firme segurança para os fracos, a não ser nas Chagas do Salvador? Ali permaneço tanto mais seguro, quanto mais poderoso é Ele para salvar. O mundo agita, o corpo dificulta, o demônio arma ciladas; não caio, porque estou fundado sobre rocha firme. Pequei e pequei muito; a consciência abala-se, mas não se perturba, pois me lembro das Chagas do Senhor.”
Jesus poderia ter ressuscitado sem nenhuma marca, mas quis manter as marcas da crucificação. Como escreve Santo Agostinho: “Cristo transpassado por nós e pregado com os cravos sobre a cruz, descido da cruz e sepultado, é a nossa salvação. Ele ressuscitou do sepulcro, curado dos ferimentos e mantendo as cicatrizes”.
Ainda nos diz Santo Agostinho: “Jesus quis de fato ajudar seus discípulos ao manter suas cicatrizes, para curar nos seus corações as feridas da incredulidade”. E Santo Ambrósio escreveu: “Quem duvida que seja verdadeiro o corpo carnal de Jesus, apresentado aos apóstolos para ser tocado, no qual permaneceram os sinais dos ferimentos e os traços das flagelações? Com isso não só nossa fé é fortalecida, mas se exalta também a devoção. Ele, ao invés de apagar dos seus membros os ferimentos que recebeu por nós, quis levá-los ao céu para mostrar ao Pai o preço da nossa libertação. E é neste estado que o Pai o entroniza à sua direita, enaltecendo o troféu da nossa salvação”. (340-397)
Por isso e muito mais que não me canso em propagar essa belíssima devoção de Jesus das Santas Chagas.
Fonte: Aleteia
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