Comunhão para quem não se confessa há muito tempo: pode?

HOMEM SE CONFESSANDO COM PADRE
Philippe Lissac / Godong

Arquidiocese de São Paulo - publicado em 05/02/21

Padre responde a dúvida de leitora sobre o acesso à comunhão para quem não se confessa há muito tempo (no caso, há mais de 45 anos)

Comunhão para quem não se confessa há muito tempo: pode? Esta questão foi abordada pelo pe. Cido Pereira em sua coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.

Ele havia recebido este questionamento de uma leitora:

“Meu marido vai à missa e comunga, mas sua confissão foi no nosso casamento, 45 anos atrás. E agora?”

Eis a resposta do sacerdote:

“A pessoa que me mandou essa pergunta preferiu não se identificar. Mas é curioso isso, minha irmã. Eu garanto que seu marido todas as tardes quando chega do serviço, antes de tomar a refeição gostosa que você preparou com amor para ele, faz questão de tomar um banho. Assim, ele descansa, se purifica e pode participar da refeição e aproveitar melhor dela. Também quando ele é convidado para um almoço, não vai de qualquer jeito. Vai alinhado, banho tomado, roupa nova. É uma forma de carinho e respeito por quem o convidou”.

Comunhão para quem não se confessa há muito tempo

O padre prosseguiu:

“Não se confessar e ir comungar sempre é complicado. Pode esconder a presunção de ser imune do pecado. E a experiência do pecado faz parte de nossa condição humana. Comungar sempre sem buscar a purificação pela Confissão pode também esconder uma falta de consciência da importância do sacramento da Penitência. E é complicado valorizar um sacramento e desprezar outro, não acha?

Você, minha irmã, quer saber se seu marido está pecando. Seria muito fácil dizer que sim, que ele está pecando. Acontece que há uma santa que nos livra do pecado. É a ‘santa ignorância’. Quando eu não tenho noção de que minhas atitudes estão desagradando a Deus, eu não estou cometendo pecado. A Igreja ensina que para haver pecado é preciso que haja matéria grave, consciência de que é pecado e vontade de pecar.

Em vez de falar que seu marido está pecando, eu prefiro, então, acreditar que ele está precisando crescer na fé e na consciência do que Deus espera dele. A falta de evangelização provoca atitudes como a de seu esposo. Creio, porém, que ele deve ser um bom esposo. E Jesus que ele recebe sempre na Comunhão um dia haverá de transformar a vida dele para melhor. Fique com Deus, minha irmã. Que Ele abençoe você e sua família”.

Fonte: Aleteia

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