Imagens e objetos sacros profanados pelo Estado Islâmico
Pe. Andrzej Halemba | Ajuda à Igreja que Sofre / Diocese de Málaga, Espanha
Francisco Vêneto - publicado em 10/06/21
O cálice foi usado para tiro ao alvo; a imagem de Maria foi decapitada
O Estado Islâmico profanou imagens e objetos sacros que, agora, evangelizam mais ainda: entre os exemplos há um cálice que foi usado para tiro ao alvo e uma imagem de Nossa Senhora que foi decapitada.
O cálice, que já estava consagrado quando sofreu as indignantes profanações, foi resgatado pela igreja siro-católica de Qaraqosh, na planície iraquiana de Nínive. Novamente consagrado, foi levado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja Que Sofre (ACN) para a Espanha, onde voltou a ser usado em celebrações eucarísticas especialmente oferecidas pelos cristãos perseguidos. A fundação pontifícia pretende levá-lo a igrejas do mundo todo para ser usado em Missas celebradas por essa mesma intenção, a fim de “tornar visível a todos a perseguição religiosa que muitos cristãos continuam sofrendo atualmente e que existe desde os primeiros tempos da Igreja”.
Ainda com as marcas de entrada e saída de balas, o cálice é descrito por Ana María Aldea, porta-voz da ACN, como “um tesouro litúrgico”. Ela acrescenta, aliás, uma comparação impactante:
“É como celebrar a Missa com o Corpo de Cristo atravessado por uma bala”.
Estado Islâmico profanou imagens e objetos sacros
Quanto às imagens da Santíssima Virgem Maria que foram objeto do ódio jihadista, uma delas vem de Batnaya, também na planície de Nínive, e agora deverá percorrer várias paróquias italianas em mais uma iniciativa da Ajuda à Igreja que Sofre.
Há imagens decapitadas e outras com o rosto deformado – este último é o caso da estátua que será mostrada na Itália.
Em cada etapa dessa peregrinação, padres iraquianos darão depoimentos pessoalmente ou por videoconferência para divulgar aos fiéis a tragédia que os fanáticos jihadistas infligiram à comunidade cristã local e mundial, assim como a situação atual na região e as expectativas para o futuro.
Alessandro Monteduro, diretor da ACN Itália, comenta sobre a iniciativa:
“Ela vai fixar em nossa memória essa página histórica horrível para que não nos esqueçamos dos seus muitos ensinamentos. Ela representará uma mensagem de perdão e reconciliação”.
Ele recorda um pouco desse horror que jamais pode ser esquecido:
“Estátuas de Maria foram horrivelmente mutiladas. Ícones de Cristo foram destruídos. Imagens sacras foram usadas para a prática de tiro ao alvo. Túmulos foram profanados. Igrejas, santuários, mosteiros, casas e lojas foram incendiados. Além, é claro, de irmãos cristãos que foram mortos ou feridos. Este é o despertar da morte e do ódio deixado pelos jihadistas na planície de Nínive, Iraque. A pacífica comunidade cristã local foi brutalmente expulsa”.
Fonte: Aleteia
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