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Philip Kosloski - publicado em 28/07/21
As finanças da Igreja foram originalmente projetadas para o apoio básico do clero e para o benefício dos pobres
A relação da Igreja Católica com o dinheiro tem sido uma questão difícil ao longo do tempo. Muito do que parece ser “riqueza” da Igreja nada mais é do que patrimônio cultural, e ainda aberto e acessível ao público.
Mas, pensando mais especificamente, por que afinal a Igreja pede dinheiro?
Dinheiro durante o ministério de Jesus
A necessidade de dinheiro para financiar despesas básicas fazia parte do ministério de Jesus com seus 12 apóstolos.
De acordo com a Enciclopédia Católica, “dize-se que Cristo e Seus Apóstolos tinham uma bolsa comum para custear suas despesas. Que essa informação chegue até nós apenas acidentalmente, através de uma menção secundária, mostra que o Evangelista presume que o leitor tome como certo que havia uma bolsa comum para as despesas de Cristo e Seus discípulos.”
Isso se refere à seguinte passagem do Evangelho de João.
Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: Compra aquilo de que temos necessidade para a festa. Ou: Dá alguma coisa aos pobres. (João 13, 29)
Esta única passagem destaca os dois propósitos primários do dinheiro que a Igreja possui:
1. Para as necessidades humanas básicas do clero (“Compra aquilo de que temos necessidade”)
2. Para apoio dos pobres (“Dá alguma coisa aos pobres”)
Uso do dinheiro pelos apóstolos
Após a ascensão de Jesus, os apóstolos continuaram a agir da mesma forma. Muitos cristãos primitivos até vendiam suas casas para que pudessem dar o dinheiro aos apóstolos.
No entanto, não era para os apóstolos especificamente, mas para a comunidade. Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade. (Atos 4, 34-35)
Ao mesmo tempo, São Paulo lembrou aos primeiros cristãos que o clero precisava de sustento humano básico.
Esta é a minha defesa contra os que me denigrem.Não temos nós porventura o direito de comer e beber? (1 Cor 9, 3-4)
No entanto, São Paulo também reitera em seus escritos que devemos ser generosos com nosso dinheiro, apoiando a viúva e o órfão.
Do Império Romano a hoje
A questão da Igreja lidar com dinheiro só se tornou mais complexa à medida que a Igreja foi aceita no Império Romano. Isso levou a muitas tentações para os funcionários da Igreja, e os santos ao longo dos séculos ergueram-se sempre que houve abusos.
Esta é uma das razões pelas quais São Francisco de Assis significou uma verdadeira revolução nas ordens religiosas e deu um exemplo poderoso de simplicidade e humildade que permanece até hoje.
Então, a Igreja, seja nos tempos dos apóstolos como nos dias de hoje, precisa pedir dinheiro para arcar com suas necessidades básicas e desenvolver seu trabalho pastoral e de caridade com os pobres.
Fonte: Aleteia
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