Jesus de Nazaré: modelo de felicidade - 32° Domingo do Tempo Comum (Ano B)


Jesus de Nazaré: modelo de felicidade

32° Domingo do Tempo Comum Ano B

Evangelho de Mateus 5,1-12

Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

REFLEXÃO

Desde a origem da Igreja, não faltaram cristãos e cristãs que encerraram, com o martírio por Cristo, o curso de sua vida terrena. Ao lado dos mártires, milhares de seguidores de Cristo deram testemunho de virtudes heroicas e também foram canonizados. Igualmente, outros tantos fiéis, cujos nomes não estão inscritos no rol dos santos, cumpriram fielmente a vontade de Deus e viveram o amor fraterno de modo exemplar. Pois bem, a Solenidade de Todos os Santos, além de venerar esses modelos de santidade, nos ensina que tornar-se santo, ou santa, é possível para todos. Papa Francisco nos adverte: “O que quero recordar com esta Exortação [GE] é sobretudo o chamado à santidade que o Senhor faz a cada um de nós, o chamado que dirige também a ti: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’ (Lv 11,45; cf. 1Pd 1,16)”.

Oração do Dia

Ó Jesus Mestre, és o Caminho que conduz ao Pai; és a Verdade que revela os planos divinos; és a Vida que renova o mundo. Confiantes, te pedimos, Senhor: dá-nos perseverança na constante busca da santidade nesta vida, a fim de vivermos eternamente em comunhão contigo e com todos os santos. Amém.

(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp [1]


JESUS DE NAZARÉ: MODELO DE FELICIDADE

O Evangelho nos propõe as bem-aventuranças proferidas por Jesus ao abrir o Sermão da Montanha. Elas são, por um lado, o retrato de Jesus. Por outro, um ideal a nosso alcance. Um ideal que não se mede por critérios humanos, mas pelos novos critérios divinos com os quais se avaliam as coisas e os fatos do Reino de Deus. Por isso mesmo, por mais concretas e atuais que sejam as bem-aventuranças, só serão alcançáveis pelos que creem na pessoa e na mensagem de Jesus. Os santos creram e foram capazes de medir sua vida por elas, ora ressaltando uma, ora se penitenciando para alcançar outra.

A felicidade proposta por Jesus é diferente da felicidade imaginada por muitos, que pensam ser felizes quando têm muito, ou quando se livraram de contrariedade ou quando têm multidões a seus pés para servi-los. A felicidade que Jesus prega envolve o passado, porque se enraíza na doutrina que ele deixou; o presente, porque é dinâmica e exigente; e o futuro, porque é base do Reino dos Céus, que começa aqui e plenifica-se na eternidade.

As criaturas foram criadas para a felicidade, não para a desgraça. Isso equivale a dizer que fomos criados para Deus e não para o inferno. O desejo de felicidade é congênito às criaturas. As bem-aventuranças proclamam a felicidade per feita que, com toda a certeza, não se radica em bens materiais e glórias esfumadas. Felicidade que abarca em primeiro lugar a vida presente. A plenitude da felicidade depende da vivência feliz neste mundo, porque o Reino dos Céus começa e se constrói na vida presente. Jesus de Nazaré é o modelo de quem viveu na terra a plenitude das bem-aventuranças. Por isso é ele também o modelo da felicidade eterna.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

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