Venerável Odetinha e beato padre Eustáquio. Fotos: padreeustaquio.com.br
BELO HORIZONTE, 10 dez. 21 / 01:06 pm (ACI).- Cartas recuperadas por pesquisadores revelaram uma ligação entre o beato padre Eustáquio van Lieshout e a venerável Odette Vidal Cardoso, a Odetinha.
“Como vai a família? Vive-se ainda sempre em redor do leitinho de Odetinha cuja vida tanto me encantou e cujas palavras tantas vezes pronunciei na presença de tantas crianças?”, escreveu padre Eustáquio aos pais de Odette, Alice Vidal e Francisco Oliveira, em uma carta de 13 de outubro de 1941, dois anos após a morte de Odetinha.
Odette Vidal de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 18 de fevereiro de 1931 e morreu em 25 de novembro de 1939 de tifo.
A menina era filha de portugueses emigrados ao Brasil. Sua mãe ficou viúva e se casou novamente com o rico comerciante Francisco Oliveira, que adotou a pequena e a educou na fé católica. Odetinha ficou conhecida por sua fé e dedicação à caridade com os que mais precisavam. Nos últimos 49 dias de sua vida, sofreu com dolorosa enfermidade, suportada com paciência cristã. Dizia: “Eu vos ofereço, ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres”.
No último dia 25 de novembro, o papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas da menina, que passou a ser chamada venerável.
O beato padre Eustáquio van Lieshout foi um sacerdote holandês, nascido em 3 de novembro de 1890. Membro da Congregação dos Sagrados Corações, chegou ao Brasil como missionário em 1925, tendo passado por cidades de São Paulo e Minas Gerais. Ficou conhecido como missionário da saúde e da paz, por sempre abençoar e saudar os fiéis com essas duas palavras. Dava especial atenção aos doentes.
Em maio de 1943, lançou a pedra fundamental da atual Igreja dos Sagrados Corações, conhecida como Igreja do Padre Eustáquio, em Belo Horizonte (MG). Mas, não chegou a ver o templo construído. Morreu em 30 de agosto daquele mesmo ano. Foi beatificado em 15 de junho de 2006.
As cartas recuperadas são da correspondência trocada entre o sacerdote e os pais da menina, no início da década de 1940.
Segundo a vice-postulação da causa de canonização de padre Eustáquio, equipe que atua no Brasil divulgando a devoção ao beato e recolhendo materiais sobre fatos extraordinários atribuídos à sua intercessão e ligada à postulação que representa a causa junto à Congregação para as Causas dos Santos em Roma, as cartas foram encontradas pela equipe que trabalha na restauração e catalogação do acervo e dos objetos relacionados ao beato. As cartas datam de 1941 e foram recebidas ou enviadas por ele no tempo em que esteve na cidade de Patrocínio (MG).
“E aproximando-se o dia das missões: lembro-me das belas palavras de oferecimento de Odete: Eu vos ofereço Oh meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões. Lá do alto céu ela oferecerá seu ramalhete dos cândidos lírios da pureza e das perfumadas rosas de amor ao Diviníssimo Coração de Jesus em benefício das missões deste vale de lágrimas. As lágrimas de Odetinha sempre me têm acompanhado e foram para mim não somente a lembrança de muitas virtudes mas no mesmo tempo um conforto”, afirmou o beato.
Fonte: ACI digital
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