Recorde de casos de covid-19 Hans Lucas via AFP
Francisco Vêneto - publicado em 05/01/22
atualizado em 05/01/22
O recorde anterior havia sido atingido menos de uma semana antes, em 30 de dezembro de 2021: 1,95 milhões
Mesmo após 2 anos de pandemia e contrariando o que aparentava configurar-se como um cenário de progressiva mitigação das infecções pelo novo coronavírus no mundo, bateu-se nesta segunda-feira, 3 de janeiro, o recorde de casos de covid-19 detectados num período de 24 horas: foram 2,4 milhões de novas contaminações confirmadas em apenas um dia.
Mais de 1 milhão dessas contaminações foram registradas somente nos Estados Unidos, onde os casos nada menos que triplicaram no decurso de uma semana: em 28 de dezembro, haviam sido 300 mil novas infecções.
A nova variante ômicron é a responsável pela nova onda de contaminações. Segundo os dados levantados pelo portal Our World In Data, o recorde mundial batido neste 3 de janeiro veio apenas 5 dias depois do pico anterior, computado em 30 de dezembro de 2021: 1,95 milhões de casos.
Por outro lado, o número de óbitos apresenta níveis muito inferiores aos momentos mais críticos da pandemia. Neste mesmo dia 3 de janeiro, foram registradas em todo o mundo 5.845 mortes de pessoas infectadas pela covid-19. Há quase um ano, em 26 de janeiro de 2021, atingia-se o recorde de óbitos por covid em toda a pandemia, com trágicas 17.442 perdas de vidas humanas em apenas 24 horas.
Apesar da aparente menor gravidade dos casos provocados pela variante ômicron, os Estados Unidos, o Canadá e vários países da Europa e da Ásia estão voltando a intensificar medidas restritivas que haviam sido suavizadas poucas semanas antes no tocante à circulação e aglomeração de pessoas, na tentativa de conter um crescimento ainda mais abrupto de contaminações.
Situação atual no Brasil
Até o momento, a variante ômicron ainda não provocou um novo recorde de casos de covid-19 no Brasil. Conforme os números do Our World In Data, o país registrava 11 mil novas infecções em 3 de janeiro, o mesmo dia em que o planeta batia o recorde de novos casos em toda a pandemia. Essa quantidade de novos casos no Brasil é considerada relativamente baixa em comparação com os picos atingidos em ondas anteriores.
Entretanto, o país já pode sofrer um novo pico de contaminações ainda dentro deste mês de janeiro, devidas sobretudo à rápida disseminação da variante ômicron. O infectologista Marcelo Otsuka, do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia, apontou em declaração à rede CNN que um dos possíveis estopins dessa nova onda seriam as aglomerações promovidas pelas festas de fim de ano.
De fato, já se observam nesta semana aumentos consideráveis de novos contágios pelo coronavírus no país, com várias cidades registrando filas em postos de saúde e crescimento relevante do número de internações, embora estas sejam causadas não só pela covid-19, mas por uma confluência de casos também de gripe. Em acréscimo a este cenário, várias regiões do Brasil também enfrentam surtos sazonais de dengue.
Uma das maiores preocupações em relação a um novo aumento brusco de contágios pelo coronavírus, apesar da letalidade aparentemente menor da variante ômicron, é justamente a sobrecarga do sistema de saúde, cujos recursos voltariam a ser desproporcionalmente “disputados” por um número excepcional de doentes.
Igreja reitera diretrizes de prevenção
Várias dioceses da Igreja Católica em todo o Brasil têm reforçado as orientações aos fiéis para manterem os cuidados preventivos protocolares, como a frequente higienização das mãos, o uso de máscara principalmente em locais fechados e a atenção para evitar aglomerações.
A Igreja Católica também incentiva, oficialmente, a vacinação voluntária contra a covid-19.
Fontes: Aleteia
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