Domingo da Páscoa do Senhor
Páscoa: O Ressuscitado em nossa vida
1° Domingo do Tempo Pascal – Ano C
Evangelho de João 20,1-9;
[Na missa vespertina, pode-se proclamar o Evangelho de Lucas 24,13-35.]
* 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.”
REFLEXÃO:
Primeiro dia da semana nos remete ao Gênesis, quando descreve a criação. A partir da ressurreição de Jesus, nasce nova criação, nova humanidade. Maria Madalena madruga para se dirigir ao túmulo e constata que o corpo já não se encontra lá. Assustada, volta para dar a notícia aos discípulos. Pedro e o outro discípulo correm ao sepulcro e confirmaram o anúncio de Maria. Os dois veem as mesmas coisas, mas têm percepções diferentes. Pela posição das faixas e do pano, creem e concluem que Jesus não é mais prisioneiro das mortalhas e seu corpo não foi roubado, o túmulo fora apenas lugar de descanso do corpo de Jesus. Naquele primeiro dia da semana, aconteceu algo extraordinário que somente quem tem fé e muito amor consegue descobrir e crer. O discípulo amado nos dá o testemunho de que é possível crer e apostar na superação dos sinais de morte, para que a vida resplandeça em toda sua beleza e plenitude. É possível desatar as amarras que não deixam a vida florescer. A ressurreição de Jesus é a certeza de que é possível promover a vida, colaborando para que a nova humanidade aconteça. Deus é amigo da vida, por isso ressuscita seu filho Jesus, libertando-o das trevas da morte. A ausência do cadáver é sinal de alegria e nova vida.
(Dia a dia com o Evangelho 2022) [1]
Oração do Dia
Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Páscoa: O Ressuscitado em nossa vida
Conforme o evangelho da missa da tarde, os discípulos de Emaús estavam desanimados. Tinham pensado que Jesus fosse o Messias revolucionário, que expulsasse o poder romano. Mas foi morto. Passaram três dias, e nada aconteceu. Desistiram de esperar. Não se lembravam de que na Bíblia está escrito: “Depois de dois dias nos fará reviver, no terceiro dia nos levantará” (Os 6,2).
Não havia por que permanecerem abatidos. Após uns três dias, Jesus reviveu para os discípulos, no caminho de Emaús, abrindo-Ihes as Escrituras. Moisés, os Profetas, os Salmos, tudo começou a falar-lhes de Jesus, como para moça apaixonada tudo fala do namorado. Para quem ama Jesus, os textos da Escritura revelam sua lógica: entrar na glória através da cruz. De repente, os discípulos entenderam que este foi o plano de Deus para com Jesus.
Mais ainda lhes falou o gesto do repartir o pão. Tantas vezes Jesus lhes tinha partido o pão, à maneira de um pai de família que o distribui a seus filhos. Tinha feito disso o sinal da partilha de sua própria vida, na Última Ceia. Agora, reconheceram-no ao partir o pão. Então, ele retirou-se da vista deles, mas não do coração…
A memória de Jesus, na Palavra e na Eucaristia, ensina-nos que ele vive conosco. Ele é o centro de nossa vida. Temos que relacionar tudo com ele, enxergar tudo à sua luz, que venceu as trevas, a vida que venceu a morte, a graça que superou a desgraça e o pecado. Isso é vivenciar a ressurreição de Cristo em nossa própria vida, “procurar as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus” (2ª leitura). A nossa vida velha e abatida morreu, temos uma vida nova escondida lá com ele. Isso transforma nosso modo de viver. Mesmo se exteriormente andamos envolvidos com as lidas e lutas desta sociedade injusta, interiormente já não nos deixamos vencer por ela. Após uns pequenos três dias, experimentamos a presença daquele que venceu a morte. Por isso, vamos viver de cabeça erguida, os olhos fixos em nossa verdadeira vida, que está nele. Se o pecado nos abate, vamos abrir-nos na comunidade, no sacramento. Se a injustiça nos faz morrer, vamos unir-nos em comunidade em torno a Cristo. Isto é Páscoa, nossa ressurreição com Cristo.
PE. JOHAN KONINGS - professor de exegese bíblica na FAJE, Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte. Comentário do livro “Liturgia Dominical, Editora Vozes" [2]
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