A partilha dos bens: condição de felicidade
4° Domingo do Tempo Comum –
Ano A
Evangelho de Mateus 5,1-12
* Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus."
REFLEXÃO:
Proclamadas por Jesus no início de sua missão, as bem-aventuranças são o retrato do maior dos bem-aventurados, o próprio Jesus. Elas definem em que consiste o Reino de Deus. O reino deste mundo, já o sabemos, está assentado na injustiça com seus inevitáveis reflexos: opressão, ganância, egoísmo, falta de paz. O Reino de Deus, ao invés, é formado por pessoas pobres, isto é, desapegadas dos bens terrenos, que põem sua total confiança em Deus. O Reino de Deus exige a prática da justiça e a promoção da paz entre pessoas e povos. Esta escolha pode acarretar perseguições por parte dos que preferem manter um sistema corrupto e injusto. Mas, na provação, quem escolhe e abraça o Reino de Deus experimenta a verdadeira alegria e não desperdiça esforços; pode contar com a recompensa divina.
(Dia a dia com o Evangelho 2023)[1]
Oração do Dia
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
A partilha dos bens: condição de felicidade
A misericórdia e a paz (5a e 7ª bem-aventuranças) são o contrário da ganância. O apegado ao poder não o reparte com ninguém. Ter misericórdia é ter o coração aberto aos miseráveis, àqueles que nada podem; é repartir com eles o que se tem e o que se é. É nessa partilha (e não no acúmulo) que está a felicidade, como o Cristo, que repartiu conosco tudo, inclusive sua filiação divina e sua eternidade.
A criatura humana sempre quer ser autossuficiente. Quanto mais autossuficiente se sente, mais realizada se pensa. Entretanto, o autossuficiente é incapaz de consolar, é difícil de fazer justiça e quase sempre é violento na defesa de sua posse. Não procuremos exemplos longe de nós. Basta olhar para dentro de nós, basta analisar um pouco nossos desejos pessoais. Ao contrário de nós, Jesus quis ser dependente. E São Francisco entendeu a verdadeira fraternidade como uma dependência de Deus e dos irmãos, vendo na vontade dos irmãos a vontade de Deus e a vontade de Deus no serviço aos irmãos.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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