O retrato bem-feito da pessoa feliz - 5° Domingo do Tempo Comum (Ano A )


O retrato bem-feito da pessoa feliz

5° Domingo do Tempo Comum – 
Ano A

Evangelho de Mateus 5,13-16

* Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde brilha para todos os que estão na casa. 16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

 

REFLEXÃO:

Após proclamar o sermão das bem-aventuranças, Jesus continua mostrando aos discípulos a importância de não se deixarem contaminar pela sociedade injusta, contrária ao Reino de Deus: “Vocês são o sal da terra. Ora, se o sal perde o sabor… não serve mais para nada”. O testemunho dos discípulos do Reino de Deus tem de ser eficaz para transformar a sociedade. Do contrário, a pregação deles será inútil e ficará abafada pelo mundo que eles pretendem salvar. “Vocês são a luz do mundo”: os discípulos não são luz para si mesmos. Eles assumem e continuam a missão de Jesus: manifestar o Reino e a presença salvadora de Deus. “Brilhe… a luz de vocês diante das pessoas”. A luz deles brilhará diante dos outros na medida em que viverem conforme as “bem-aventuranças”.

(Dia a dia com o Evangelho 2023)[1]

Oração do Dia

Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

O retrato bem-feito da pessoa feliz

Compreenderemos melhor esse Evangelho, se nos lembrarmos de que imediatamente antes vêm as Bem-aventuranças. Por meio de três imagens, Jesus mostra as consequências do bem-aventurado, que, exatamente por sê-lo, é perseguido e provado. Podemos dizer que as bem-aventuranças são a estrada a caminhar, ou o campo a cultivar. O ser sal, luz, sinal- as três imagens do Evangelho de hoje – é a consequência, quase diria que é a colheita, de quem plantou no campo das Bem-aventuranças.

As três imagens são ricas de sentido, sobrepõem-se, completam-se, exigem-se. Não são símbolos novos ou estranhos. O sal era usado no culto (Lv 2,13). O Levítico fala em ‘sal da aliança’, por isso se dizia ‘comer sal com alguém’ para dizer que se fez com ele um pacto. A criança, ao nascer, era lavada em sal, não por razões higiênicas, mas por razões religiosas (Ez 16,4), para simbolizar que o recém-nascido estava pronto para ser uma oferta ao Senhor. A luz perpassa a Sagrada Escritura como ‘vestimenta de Deus’ e era símbolo da presença do Senhor. Morar na cidade construída sobre a colina (Jerusalém) era o sonho de todos. Com as três imagens, Jesus pinta o retrato da pessoa “perfeita como o Pai do Céu” (Mt 5,48), da criatura realizada, perfeita tal como Cristo a descreve e a quer ao longo de todo o Evangelho, ou seja, o retrato completo do cidadão do Reino dos Céus.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

---

Comentários

Newsletter

Receba novos posts por e-mail:


Pesquisar este Blog