Nenhum sínodo pode inventar o "sacerdócio feminino", disse o cardeal Sarah

Cardeal Robert Sarah na Basílica de Guadalupe. / Juan Carlos Ibarra

Ana Paula Morales

Cidade do México, 05 Jul. 23 / 11:54 am (ACI).- "Nenhum concílio, nenhum sínodo, nenhuma autoridade eclesiástica tem o poder de inventar um sacerdócio feminino”, disse o cardeal Robert Sarah, prefeito emérito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Ninguém "tem o poder de transformar este dom divino para adaptá-lo e reduzir o seu valor transcendente para o campo cultural e ambiental”, continuou ele na conferência "Alegres Servidores do Evangelho" que deu na segunda-feira (3), no Seminário Conciliar da Cidade do México.

Para o cardeal Sarah, “o sacerdote é um homem de Deus que está dia e noite na presença de Deus para glorificá-lo, para adorá-lo. O padre é um homem imolado em sacrifício para prolongar o sacrifício de Cristo pela salvação do mundo”.

O cardeal disse que a “primeira tarefa” dos padres “é rezar, porque o sacerdote é um homem de oração: começa o seu dia com o Ofício da Leitura e termina o seu dia com o Ofício”.

“Um padre que não reza está prestes a morrer. Uma Igreja que não reza é uma Igreja morta”, disse.

Segundo Sarah, “a fé católica professa que o sacramento da Ordem, instituído por Cristo Senhor, é um, é idêntico para a Igreja universal. Para Jesus não existe sacerdócio africano, alemão, amazônico ou europeu. O sacerdócio é único, é idêntico para a Igreja universal”.

“Seria pecado” desperdiçar o dom do sacerdócio

Na conferência, Sarah também refletiu sobre "ser sacerdote" e disse que "o sacerdócio é um grande, grande mistério, um dom tão grande que seria um pecado desperdiçá-lo".

“É um dom divino que deve ser recebido, compreendido e vivido, e a Igreja sempre procurou compreender e aprofundar o ser próprio e real do presbítero, como homem batizado, chamado a ser um alter Christus, outro Cristo, mais ainda um ipse Christus, o próprio Cristo, para representá-lo, conformar-se a Ele, ser configurado e mediado em Cristo com a ordenação sacerdotal”.

Sobre a falta de vocações sacerdotais, exortou a “rezar”, porque “não é que sejamos poucos. Cristo ordenou doze para o mundo inteiro. Hoje quantos somos sacerdotes? Estamos perto de 400 mil padres no mundo. Somos muitos”.

“O papa Gregório Magno, no século VII, disse que somos muitos sacerdotes. Muitos aceitaram o sacerdócio, mas não fazem o trabalho do sacerdote”, disse.

“Então, para responder, devemos rezar. Pedir que envie trabalhadores para sua messe, rezar. E mostrar que nós padres somos felizes, porque se os jovens veem que estamos tristes, não vamos atrair ninguém”

"Temos que ser felizes, mesmo que soframos", concluiu.

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