O amor é o cumprimento da lei - 30° Domingo do Tempo Comum (Ano A )


O amor é o cumprimento da lei

30º Domingo do Tempo Comum - Ano A

Evangelho de Mateus 
22,34-40

Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos”. – Palavra da salvação.


REFLEXÃO:

Jesus unifica e põe no mesmo nível os dois mandamentos: amar a Deus e amar ao próximo. A unidade do preceito é inseparável. Em outras ocasiões, Jesus ensina que o amor a Deus passa pelo amor ao próximo: “Quem acolhe vocês, está acolhendo a mim. E quem me acolhe, está acolhendo aquele que me enviou” (Mt 10,40). E na cena do juízo final, Jesus reafirmará que o amor a Deus é demonstrado por atos práticos: alimentar os pobres, vestir os nus, acolher os sem-teto (cf. Mt 25,31ss). O amor a Deus não exclui o amor ao ser humano. E servir o ser humano é servir a Deus. Jesus nos ensina o modo de amar a Deus e ao próximo. Em tudo realizou a vontade do Pai, e “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1), isto é, até as últimas consequências.

(Dia a dia com o Evangelho 2023)[1]

Oração do Dia

Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


O amor é o cumprimento da lei

Por que a pergunta do fariseu era uma armadilha? A pergunta não era nova. Todos os rabinos procuravam respondê-la para seus discípulos. Tratava-se de resumir em uma norma tudo o que significava bom comportamento. Os rabinos haviam compilado uma lista de 613 preceitos. Deles, 248 eram ‘positivos’ (mandavam fazer alguma coisa); e 365 eram ‘negativos’ (proibiam fazer alguma coisa). Além disso, muitos obrigavam gravemente, outros obrigavam levemente. Era a esses preceitos que Jesus se referia, quando repreendeu os fariseus com as duras palavras: “Amarram pesadas cargas e as põem nas costas do povo e vocês nem com o dedo querem tocá-las” (Mt 23,4).

Jesus responde com palavras da Escritura, de textos que os fariseus sabiam de cor. A primeira frase é do Deuteronômio 6,5; e a segunda é do Levítico 19,18. Com elas, Jesus resume todas as leis e todos os ensinamentos. Mais tarde, o Apóstolo Paulo dirá: “Todos os preceitos se resumem nesta palavra: amarás o próximo como a ti mesmo. O amor é o cumprimento da lei” (Rm 13,9-10).

Jesus não disse palavras novas na sua resposta. Aproximou duas frases que todos sabiam de cor e com isso confirmou que é irrepreensível aquele que tem vivas as dimensões para Deus, para o próximo e para dentro de si mesmo. No equilíbrio dinâmico dessas dimensões, resumem-se todos os ensinamentos, tanto os divinos (profetas) quanto os humanos (legislação). A armadilha da pergunta consistia na provável omissão de algum preceito importante, que facilitasse a acusação de desleixo, ignorância ou ensinamento errado, que possibilitaria chamá-lo de ‘falso mestre’.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

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