Colherei o que tiver semeado
1° Domingo da Quaresma - Ano B
Evangelho de Marcos 1,12-15
Naquele tempo, 12o Espírito levou Jesus para o deserto. 13E ele ficou no deserto durante quarenta dias e aí foi tentado por satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam. 14Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
REFLEXÃO:
O deserto despertava fortes lembranças para os hebreus. A caminho da Terra Prometida, eles permaneceram quarenta anos no deserto, onde Moisés teve a experiência de Deus libertador e recebeu os Mandamentos, base da sociedade alicerçada na justiça. O número quarenta indica totalidade. Pode-se dizer que Jesus foi tentado durante toda a sua vida pública. É no deserto, lugar do encontro com Deus, que Jesus consolida sua decisão de fazer a vontade do Pai. Deverá enfrentar toda tentação do poder opressor. Para fortalecê-lo nessa luta, Jesus tem a seu favor o Espírito Santo e os anjos (bons mensageiros), em contraste com satanás, seu rival. Após a prisão do Batista, Jesus inicia sua missão na Galileia, longe de Jerusalém, centro do poder político, econômico e religioso.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]
Oração do Dia
Deus todo-poderoso, através dos exercícios anuais do sacramento da Quaresma, concedei-nos progredir no conhecimento do mistério de Cristo e corresponder-lhe por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Colherei o que tiver semeado
Há uma observação no Evangelho deste domingo que facilmente passa despercebida. É uma afirmação que “vem” da boca de Jesus, no momento em que começa a “vida pública”: “O tempo já se cumpriu” (v. 15). Todo o Antigo Testamento esperava por esse momento. Os profetas o previram e o cantaram com os mais lindos poemas. O próprio Jesus, em outro momento, lembrou: “Muitos profetas e justos desejaram ‘ver’ o que ‘vedes’ e não viram; ouvir o que ‘ouvis’, e não ouviram” (Mt l3,17). Agora chegou o tempo de ‘ver a salvação’, de ouvir (= praticar) as palavras do Messias, “que são espírito e vida” (Jo 6,64).
Escrevendo aos Gálatas, Paulo chama esse tempo de ‘plenitude dos tempos’, isto é, o ponto mais alto da história da ‘salvação’, o momento da graça redentora. Terminaram os tempos da espera. Começa o tempo da certeza, que não dispensa o esforço, a conversão. Esse ‘hoje’ não é o tempo histórico de Jesus. É o nosso hoje. O hoje de cada um de nós. O Novo Testamento, diariamente novo, constrói, na confiança da vitória, o Reino de Deus sobre a terra
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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