“A França, a filha mais velha da Igreja, cuspiu na cara da mãe”, disse padre sobre abertura das Olimpíadas Paris 2024
Torre Eiffel com os aros olímpicos | Petr Kovalenkov / Shutterstock.com
Por Natalia Zimbrão
29 de jul de 2024 às 14:53
“A França, a filha mais velha da Igreja, cuspiu na cara da mãe”, disse o padre Juarez de Castro, da arquidiocese de São Paulo (SP), em homilia na missa de ontem (28), sobrea cena que reproduziu a Última Ceia, com drag queens, na abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
“A França só é a França por causa da Igreja Católica, a França só é a França das catedrais, dos santos, por causa da Igreja Católica. A França tinha uma relação tão estreita com a Santa Sé que ela sempre foi chamada de filha mais velha da Igreja, porque a França era a França dos reis santos. A França, a sua cultura, as suas tradições estão todas enraizadas na Igreja Católica. E volto a dizer: a França só é a França no seu esplendor por causa da Igreja Católica”, disse o padre Juarez.
O sacerdote recordou que a França “passou pelo momento da Revolução Francesa e da ascensão dos iluministas, onde se tornou totalmente laica, todo o país e todo o governo é laico”. Mas, ressaltou que laicismo “não é deboche, é respeito, sobretudo”.
Para o sacerdote, o que se viu na abertura das Olimpíadas foi “um show de horrores, onde nossos símbolos católicos foram depravados, nossos símbolos católicos foram enxovalhados”.
“A Última Ceia não é só uma última refeição”, disse e ressaltou que, “para nós, a Última Ceia é a instituição da Eucaristia, é o sinal mais sagrado da nossa fé”.
“Não é para se fazer um esquete. E não é para se fazer um teatro onde, pensando que estava representando esse momento da Eucaristia, desce no meio deles deus Baco, Dionísio, como quem diz: essa Eucaristia é bobagem, que reinem os bacanais. Não, não podemos tolerar mais isso”, disse.
O padre lembrou que a Conferência Episcopal Francesa “levantou a voz” e a “porta-voz do comitê organizador disse sim e pediu desculpa dizendo ultrapassamos a linha”.
Em um comunicado divulgado no sábado (27), a conferência criticou as “cenas de escárnio e de zombaria contra o cristianismo, que deploramos profundamente”.
Em resposta, a porta voz dos Jogos, Anne Descamps, disse que, “claramente, nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a nenhum grupo religioso”. Segundo ela, a cerimônia “tentou celebrar a tolerância na sociedade. Acreditamos que essa ambição foi alcançada. Se as pessoas se ofenderam, lamentamos muito”, disse.
Para o padre Juarez, “incluindo todas as pessoas, excluíram a nós, cristãos”. “Fomos excluídos da festa, porque fomos aviltados na nossa fé”, disse.
O arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, disse em sua conta do X (antigo Twitter) que a Última Ceia “retrata o Evangelho e o significado mais profundo e belo da Eucaristia”.
“Será que o deboche a partir da Última Ceia não reproduz e reforça os preconceitos que se querem combater, fazem sofrer... levaram a violências?”, escreveu.
Outras reações
Para o padre Chrystian Shankar, da diocese de Divinópolis (MG), o episódio foi “desnecessário, desrespeitoso, ridículo e de péssimo gosto”. Para ele, a “agenda woke conseguiu destruir até a beleza da abertura das Olimpíadas”.
“A Santa Ceia simboliza um momento crucial na fé cristã”, escreveu em seu Instagram. O sacerdote lembrou que, durante “essa ceia, Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia, onde o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue. É o que temos de mais sangrado na fé cristã e que foi tratado com desdém nesse circo de horrores”.
O padre disse que “a turma da lacração” é formada “justamente” por “aqueles que não respeitam ninguém”. “É preciso estar ciente que esse pessoal não quer nosso respeito, quer nosso silêncio e aceitação, e isso jamais terão”, acrescentou.
O padre Overland de Morais Costa, da arquidiocese de Cuiabá (MT), classificou o episódio como “um escárnio à santa Ceia, a Cristo e a tudo o que o nosso Salvador representa”. “As nações zombam de Deus e do seu Cristo! Paris, a dita cidade das luzes, há muito tempo converteu-se em cidade das trevas”, escreveu em seu Instagram.
Petição online
A plataforma de petições online CitizenGo lançou uma petição em “resistência contra o insulto descarado à nossa fé nas Olimpíadas de Paris 2024”. A petição exige um “pedido de desculpas” por parte do Comitê Organizador Internacional (COI) e a garantia de que “isso nunca mais acontecerá”.
A petição já conta com mais de 42 mil assinaturas. Segundo CitizenGo, a “nossa fé cristã foi abertamente escarnecida da maneira mais ofensiva imaginável”. “Este espetáculo grotesco foi uma afronta a tudo o que consideramos sagrado e não pode ficar sem resposta”, disse.
No texto da petição a plataforma destaca ainda que “crianças pequenas” participaram “neste espetáculo ofensivo”. “Por que é que o COI permite a sexualização de crianças em tais espetáculos? Por que é que uma criança estava presente ao lado de um homem nu? Isto é profundamente perturbador e exige uma explicação imediata”, diz a petição.
Para assinar a petição online de CitizenGo, basta acessar AQUI.
Fonte: ACI digital
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