Amor pelos sacramentos inspirou seminarista a construir capela em casa quando menino

Lucas Gordia Andrade com a comunidade na Capela do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição. | Crédito: Facebook da Capela do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição.

Por Nathália Queiroz

4 de jul de 2024 às 13:17

Lucas Gordia Andrade desde muito pequeno tem vontade de ser padre. Menino, ele brincava de rezar missa, fazer procissões e, aos 13 anos, construiu uma igreja no terreno da família para fazer suas orações pessoais e em comunidade.

Hoje, aos 17 anos, Andrade é seminarista na diocese de União da Vitória (PR).  

Ele disse à ACI Digital ter um “amor pelos sacramentos que arde no coração mesmo, de verdade” e que experimenta isso no seu dia a dia. “Sei que eu sou novo ainda, mas o coração arde e a gente tem que se lançar mesmo” e responder “ao convite que Deus faz que é uma escolha pessoal de vida”.

Esse amor a Deus e às coisas sagradas começou em casa, na família que sempre se reunia para a missa, fazer novenas e orações, o que fez surgir em seu coração o desejo de construir uma igreja aos seis anos de idade.

Lucas contou que como foi um desejo precoce, os pais “esperaram amadurecer mais a ideia, porque não é do dia para a noite que se constrói uma capela”.

Quando ele fez 13 anos começaram a construção da igreja no terreno da família em São João do Triunfo nos Campos Gerais, Paraná. “Eu fui me inspirando num estilo de igrejas antigas e foi sendo construída e pensada, mas não teve nenhuma igreja exclusiva para seguir o modelo, foi sendo criada com a necessidade de espaço. Foi surgindo espontaneamente.  Eu colaborei na construção, algumas coisas eu ajudei, coloquei a mão na massa”, disse Andrade. 

A capela é dedicada ao Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição, devoções entranhadas na vivência familiar. “Foram dois títulos que vieram junto com a ideia da capela, para tê-los como padroeiros. E a diocese aqui de União da Vitória também é dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, então foi mais uma inspiração”, contou. 

A igreja tem cerca de oito metros de altura, cinco metros de comprimento e 2,5 metros de largura. É um oratório particular da família, mas aberto à comunidade rural de Faxinal dos Ferreiras, que vai lá para rezar novenas e orações. A primeira missa foi celebrada em outubro passado pelo vigário paroquial e teve a participação da comunidade. 

Para Lucas, o apoio dos pais e a fé vivida em família foram fundamentais tanto para a construção da capela, como para a entrada no seminário Rainha das Missões no início de 2024.

“Deus faz um convite para a gente e é uma escolha pessoal de vida, de doação, mas se me perguntassem se vale a pena? Eu diria com toda a firmeza e certeza: Vale a pena”, disse Andrade. “Desde deixar a casa até a vivência do dia a dia aqui no seminário, vale a pena. O medo cerca a gente, a insegurança por escolher doar toda a vida, mas vale a pena e Deus está sempre conosco nos erguendo, Nossa Senhora auxiliando sempre e se hoje em dia perguntassem se eu faria de novo essa entrega, eu me entregaria novamente aqui no seminário”.

A diocese de União da Vitória tem cerca de 250 mil habitantes, 25 paróquias e 13 municípios. Atualmente, há 14 seminaristas.

Segundo o reitor, padre Marcelo Antonio Rosa, o mais importante para um jovem que quer ser padre é “ter um amor muito grande pela causa, uma fé que vai crescendo como cresceu no coração do Lucas”.

“Começou pequenino, lá menininho na família e foi se enraizando no coração esse sentimento”, disse o reitor à ACI Digital. “Quando eu o escuto falando, quando converso com ele eu vejo verdade, vejo uma fala verdadeira. Tem coração nessa fala. Tem amor a Deus nessa fala”. 

“Um jovem que quer se dedicar a Deus não precisa ser extraordinário, não precisa ser nada assim de fora do que conhecemos da humanidade, precisa apenas desejar servir a Deus e amá-lo. Amar assim com todo o respeito, com todo amor e com todo o carinho e vai ser um baita padre”.

“Desejo do fundo do coração que os jovens não tenham medo, pois podem servir a Deus e fazer muito bem para muitas pessoas. O Lucas está a seis meses com a gente e já tem feito muito bem, está alcançando muitas pessoas”, concluiu o reitor.

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