Evangelização e egoísmo se excluem - 15° Domingo do Tempo Comum (Ano B )


Evangelização e egoísmo se excluem

15° Domingo do Tempo Comum – 
Ano B

Evangelho de Marcos 6,7-13

Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” 12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.


REFLEXÃO:

Os Doze (apóstolos) acompanham o Mestre por toda parte, ouvem sua pregação ao povo, veem os milagres que ele realiza, sentem que nem todos acreditam nele e sabem até quais são seus inimigos. Pois bem, chega a hora de pôr em prática o que aprenderam. São enviados dois a dois, sinal de igualdade, proteção e solidariedade mútuas. Partem revestidos de poder para ampliar a atividade de Jesus, isto é, pregar, curar e expulsar demônios (libertar da opressão). Poucas coisas devem levar para a temporada; apenas o indispensável. O estilo é: simplicidade e desapego. A estada corre por conta da generosidade das famílias que vão hospedá-los. Sacudir o pó dos pés é gesto de acusação, o mesmo que os judeus faziam ao saírem de terra pagã: que nada do terreno culposo se apegue aos pregadores.

(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]

Oração do Dia

Ó Deus, que mostrais a luz da vossa verdade aos que erram, para retornarem ao bom caminho, dai aos que professam a fé, rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno deste nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Evangelização e egoísmo se excluem

Jesus reparte com os Apóstolos a missão de pregar. Gesto fraterno e de confiança, mas lhes impõe uma condição, até hoje essencial para os que querem pregar em nome dele: o desapego. Desapego dos interesses familiares (pão), da segurança pessoal (sacola), da posse de bens (dinheiro) e da ostentação vaidosa (duas túnicas). Mateus e Lucas (Mt 10,10 e Lc 9,3) lhe tiram também o bastão, ora símbolo de comando, ora símbolo de defesa, porque o Apóstolo deve ir como quem serve e propõe (2Cor 4,5), não como quem manda e determina. Porque o Apóstolo deve preocupar-se somente com a defesa da verdade, chamada Jesus Cristo, e essa jamais se defende pela força.

As coisas da família são boas em si; mas o apóstolo deve ter uma mentalidade mais ampla: olhar para além da cerca de um quintal e ver os contornos infinitos da grande família de Deus. Os bens materiais são presentes do Senhor; mas o apóstolo deve ultrapassar as coisas visíveis, para alcançar os bens invisíveis da fé. A preocupação com o sustento faz parte da condição humana; mas o apóstolo deve levar em conta que não é só de pão que vive o homem, mas há outro alimento: a Palavra de Deus (Mt 4,4). O discípulo deve esquecer-se de si mesmo e preocupar-se com as coisas de Deus. Isso exige um despojamento contínuo da ostentação, da vaidade, das aparências falsas.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

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