O arcebispo Carlo Maria Viganò | Edward Pentin/National Catholic Reporter
Por Almudena Martínez-Bordiú
5 de jul de 2024 às 12:23
O Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé considerou o arcebispo Carlo Maria Viganò culpado do crime de cisma e declarou sua excomunhão.
O dicastério informou ontem (4) por meio de um comunicado que o processo criminal extrajudicial contra o arcebispo titular da Ulpânia, dom Carlo Maria Viganò, acusado do crime de cisma, foi encerrado.
“São conhecidas as suas declarações públicas, da qual resulta a sua recusa em reconhecer e sujeitar-se ao Sumo Pontífice, da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos e da legitimidade e da autoridade magisterial do Concílio Ecumênico Vaticano II”, destaca a Santa Sé.
Ao final do processo criminal, "Dom Carlo Maria Viganò foi considerado culpado do delito reservado de cisma" e, por isso, o Dicastério declarou "a excomunhão latae sententiae", isto é com a pena imposta pela simples declaração de que a lei foi violada, disse a Santa Sé em mensagem divulgada hoje (5).
Segundo a Santa Sé, reversão da condenação nesses casos está reservado à Sé Apostólica e a decisão foi comunicada hoje (5) a dom Viganò, que foi núncio apostólico nos EUA de 2011 a 2016.
Início do processo pelo crime de cisma
O arcebispo excomungado falou nas redes sociais em 20 de junho sobre o início de um processo contra ele pelo crime de cisma pelo Dicastério para a Doutrina da Fé.
Viganò também disse que foi convocado a Roma em 20 de junho para enfrentar um processo criminal extrajudicial pelas acusações. No entanto, o arcebispo desafiou a intimação da Santa Sé e reiterou sua alegação de que o papa Francisco não é o papa legítimo da Igreja Católica.
As acusações específicas descritas contra o arcebispo Viganò envolviam fazer declarações públicas que negam os elementos fundamentais necessários para manter a comunhão com a Igreja Católica. Isso inclui negar a legitimidade do papa Francisco como pontífice legítimo e rejeitar totalmente as decisões do Concílio Vaticano II.
O núncio apostólico emérito nos EUA, que em 2018 acusou altos funcionários da Igreja de encobrir abusos cometidos pelo ex-cardeal americano Theodore McCarrick, rejeitou repetidamente a autoridade do papa Francisco desde então e pediu a renúncia do papa.
Em longa declaração publicada nas redes sociais em 28 de junho, Viganò acusou o papa Francisco de "heresia e cisma", criticou-o por promover as vacinas contra a covid-19 desenvolvidas todas com células obtidas de bebês abortados, e pelo acordo de conteúdo secreto de 2018 entre a Santa Sé e a China, que aparentemente dá ao governo comunista chinês o direito de nomear bispos.
O que significa excomunhão por cisma?
O cisma é um crime definido no cânon 751 do Código de Direito Canônico como "a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos".
A excomunhão é a pena mais grave para uma pessoa batizada. Consiste em tirá-la da comunhão dos fiéis da Igreja Católica e, portanto, do acesso aos sacramentos.
Fonte: ACI digital
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