Como entrar no Reino de Deus - 28° Domingo do Tempo Comum (Ano B )


Como entrar no Reino de Deus

28° Domingo do Tempo Comum – 
Ano B

Evangelho de Marcos 9,30-37

*[Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” 18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” 20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” 22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24Os discípulos se admiravam com essas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.] 28Pedro então começou a dizer-lhe: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”. 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições -, e, no mundo futuro, a vida eterna”.
”.


REFLEXÃO:

Levado pelo entusiasmo, um homem corre até Jesus, ajoelha- se diante dele e expressa seu profundo anseio: qual é o melhor modo para crescer no caminho de Deus? Jesus aponta-lhe os deveres para com o próximo, coisa que o homem já observa. Chega-se ao momento crítico. Jesus lhe pede o que ele não está preparado para assumir, a religião da partilha: “Vá, venda tudo o que você tem e dê aos pobres”. Esfria o entusiasmo e dá lugar à tristeza: o homem “foi embora triste, porque tinha muitos bens”. Seu deus era o dinheiro. Os discípulos, que viviam a experiência da pobreza, ficam assustados com as palavras de Jesus sobre o rico e sua riqueza: “Quem conseguirá salvar-se?”. Jesus, ciente da tendência humana de apegar-se aos bens materiais, remete a questão à esfera de Deus, para o qual “tudo é possível”.

(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]

Oração do Dia

Ó Deus, que resumistes toda a sagrada lei no amor a vós e ao próximo, concedei-nos que, observando os vossos mandamentos, mereçamos chegar à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Como entrar no Reino de Deus

O homem pergunta como ganhar a vida eterna (v. 17). Jesus responde-lhe como “entrar no Reino de Deus” (v. 24). O homem pensava em vida depois da morte, na qual o Antigo Testamento acreditava. Havia discussão sobre se todos haveriam de ressuscitar ou se só os justos teriam o privilégio. Discutia-se se o corpo também ressuscitaria ou se só a alma era imortal.

Jesus introduz a expressão ‘Reino de Deus’ e faz dela a ideia central de toda a sua pregação. Ora o Reino é sua pessoa presente entre nós, ora é o modo de vivermos a presença de Deus. Para Jesus, o Reino tem duas fases: uma atual, neste mundo; outra futura, que é a glória eterna. A segunda depende da primeira. A vida do ser humano sobre a terra foi muito valorizada por Jesus. Essa vida já é parte da eternidade. Já nesta vida vivemos a vida divina.

Esse Reino, que deve ser a primeira preocupação nossa (Mt 6,25-34) e pelo qual devemos sacrificar tudo (Mt 13,44ss), só é compreendido pelos que têm espírito de pobre (Lc 6,20) e desenvolve-se lentamente na vida presente (Mt 13), alcançando a sua plenitude (Lc 21,31) na ressurreição, quando os corpos são transformados (1Cor 15,52-54). Se para entrar no Reino é preciso espírito de pobre, a exigência de Jesus ao homem rico torna-se clara como a luz do dia (v. 21). Poder-se-ia pensar que essa pobreza fosse indicada somente para os que fazem votos religiosos. Para eles, com mais razão, mas a exigência é para todos os cristãos.

FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]

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