4º Domingo do Advento - Ano C
Evangelho de Lucas 1,39-45
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.
REFLEXÃO:
Impulsionada pela Boa Notícia (traz no ventre o Salvador), Maria caminha apressada rumo à casa de Isabel. Dá-se o encontro de duas mães grávidas. Isabel está gestando um menino, cujo nome (João) foi indicado pelo anjo do Senhor e que vem com a missão definida de preparar a chegada do Messias. Maria traz no ventre Jesus, o “Filho do Altíssimo” (Lc 1,32). No encontro das duas mães, os bebês se manifestam: o de Isabel se move alegremente no ventre dela; o fruto bendito de Maria, pela voz da Mãe, irradia o Espírito Santo. Isabel, tendo reconhecido a ação de Deus em seu favor, sente-se repleta do Espírito Santo e proclama em alta voz a qualificação de Maria: “Bendita entre as mulheres” e “Mãe do meu Senhor”. E exclama a primeira bem-aventurança, unida ao ato de crer: “Feliz aquela que acreditou”.
(Dia a dia com o Evangelho 2024)[1]
Oração do Dia
Infundi, Senhor, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Não se entende Natal sem fé
Maria soubera, na hora da Anunciação, que sua parenta, já idosa, iria ter criança (Lc 1,36). O Arcanjo lhe dera a notícia como uma prova de que para Deus nada é impossível e, portanto, ela, Maria, não tivesse a menor dúvida a respeito da concepção divina acontecida. A visita a Isabel (uma viagem de 150km que levava dois a três dias) tem, então, duas finalidades práticas: uma a de ajudar Isabel nos trabalhos domésticos nos três últimos meses da gravidez e fazer-lhe companhia; outra, a de buscar a certeza do sinal, a certeza de sua vocação para mãe do Messias.
Não que Maria duvidasse de Deus e da encarnação milagrosa de Jesus. Mas a busca da certeza, da verdade faz parte da condição humana, porque a fé madura não dispensa provas e razões. Isabel elogia a fé no cumprimento das palavras do Senhor (v. 45). Esse espírito de fé – que não dispensa as razões e os sinais da verdade – é uma das condições para bem se receber a chegada de Jesus no Natal.
Não se entende Natal sem fé. Vira dia feriado. Vira dia de se dormir até mais tarde. Vira dia de praia. Vira dia de cartões postais a amigos. O Natal de Jesus é antes de tudo um dia de fé na pessoa e na missão divina de Jesus. Maria e Isabel, mulheres agraciadas, mas de comportamento normal, são-nos propostas hoje como modelo da criatura diante do mistério da Encarnação e do Natal: respeitoso acolhimento tanto do Senhor que vem, quanto de quem no-lo traz e de quem o sabe presente. O Natal é a festa do acolhimento.
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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