Domingo de Ramos e da Paixão
do Senhor
Executores do martírio
6º Domingo da Quaresma - Ano C
Evangelho de Lucas 19,28-40 / Lucas 23,1-49 - mais breve
Naquele tempo, 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém. 29Quando se aproximou de Betfagé e Betânia, perto do monte chamado das Oliveiras, enviou dois de seus discípulos, dizendo: 30“Ide ao povoado ali na frente. Logo na entrada, encontrareis um jumentinho amarrado, que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui. 31Se alguém, por acaso, vos perguntar: ‘Por que desamarrais o jumentinho?’, respondereis assim: ‘O Senhor precisa dele’”. 32Os enviados partiram e encontraram tudo exatamente como Jesus lhes havia dito. 33Quando desamarravam o jumentinho, os donos perguntaram: “Por que estais desamarrando o jumentinho?” 34Eles responderam: “O Senhor precisa dele”. 35E levaram o jumentinho a Jesus. Então puseram seus mantos sobre o animal e ajudaram Jesus a montar. 36E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho. 37Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. 38Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” 39Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 40Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.
REFLEXÃO
Como pobre, Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e é aclamado com muita alegria pelo povo. / O cântico de Isaías descreve o Servo como fiel discípulo e autêntico profeta que não teme contrariedades nem perseguições, pois Deus é seu auxiliador. / Jesus é despojado de tudo, mas não teve medo e, como verdadeiro Servo, viveu a experiência humana até a morte. Deus, porém, recompensou sua fidelidade, exaltando-o na glória. / Os adversários se unem para acusar e condenar como subversivo o Justo. Jesus é vítima do império, que não admite contestação. Fiel ao Pai e ao povo até o fim, ele não se desviou nem desistiu da missão que lhe foi confiada.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)[1]
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, para dar ao gênero humano um exemplo de humildade, quisestes que o nosso Salvador assumisse a condição humana e morresse na cruz. Concedei-nos aprender os ensinamentos de sua paixão e participar de sua ressurreição. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Executores do martírio
No relato da Paixão aparecem algumas figuras sobre as quais convém ter clareza. Pilotos: nas províncias conquistadas pelos romanos, eram nomeados procuradores para governá-las. Pôncio Pilatos foi governador da Judeia e da Samaria entre os anos 26 e 36. Enquanto os Evangelhos nos fornecem uma imagem relativamente boa de Pilatos, apesar de haver condenado Jesus à morte, os escritores profanos do tempo (Filo e Flávio Josefo) pintam-no como um homem violento, corrupto, intolerante, cruel e assassino. Nada se sabe o que aconteceu com Pilatos depois de sua destituição do poder. Os cristãos das primeiras gerações construíram muitas lendas em torno dele. Em algumas, ele se suicida. Em outras, é assassinado. Em outras, torna-se cristão. Como governador, morava em Cesareia, no litoral. Nas grandes festas ia passar um tempo em Jerusalém, onde ocupava o chamado ‘Palácio de Herodes’.
Herodes: Há mais de um Herodes nos Evangelhos. O da infância de Jesus é Herodes Magno, conhecido também pelos colossais palácios que construiu. O Herodes da Paixão de Jesus é Herodes Antipas, filho mais novo de Herodes Magno. Governava a Galileia e a Pereia. O povo o chamava rei, embora também ele estivesse sujeito a Roma. Enquanto Pilatos hostilizava os hebreus, Herodes procurava ser amigo deles. Essa era uma das razões por que Pilatos e Herodes não se davam. Esse Herodes Antipas é o mesmo que mandou matar João Batista (Mt 14.1-12).
Anciãos do povo: eram os homens mais notáveis da cidade. Eles tinham assento no sinédrio, uma espécie de senado. Roma havia deixado alguns poderes ao sinédrio, que decidia todos os assuntos religiosos e alguns civis. Em outros assuntos, dependiam da aprovação do procurador romano. Por exemplo, não tinham autoridade de condenar alguém à morte (Jo 18,31).
FREI CLARÊNCIO NEOTTI, OFM, entrou na Ordem Franciscana no dia 23 de dezembro de 1954. Escritor e jornalista, é autor de vários livros e este comentário é do livro “Ministério da Palavra – Comentários aos Evangelhos dominicais e Festivos”, da Editora Santuário.[2]
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